Fabricante de bebidas superou esta semana a colombiana Ecopetrol, do setor de petróleo, em valor de mercado
O mercado voltou a considerar que cerveja vale mais que petróleo. Esta semana, a Ambev não só voltou a ultrapassar a Petrobrás, como também superou a colombiana Ecopetrol, tornando-se assim a companhia aberta de maior valor de mercado da América Latina, avaliada em US$ 120,1 bilhões (R$ 249,9 bilhões), conforme a consultoria Economática.
No pregão de ontem, as ações da Petrobrás tiveram queda de 1,65%, baixando o valor de mercado da companhia para US$ 118,36 bilhões (R$ 246,3 bilhões). A Ecopetrol fechou o dia valendo US$ 119,5 bilhões.
A Ambev, que havia superado a Petrobrás na semana passada por um dia, voltou na segunda-feira a ultrapassar a petroleira brasileira. Ontem, mesmo com queda de 0,23%, se manteve à frente da empresa e ainda passou a colombiana.
"Os investidores têm procurado ações mais defensivas e as empresas de bens de consumo brasileiras se encaixam nesse perfil. A Ambev é a maior delas", explica o analista Gabriel Vaz de Lima, do Barclays Capital. "Além disso, a cervejaria é boa geradora de caixa, paga dividendos e não tem dívidas."
A Ecopetrol vem perdendo valor de mercado desde a sexta-feira. Várias ações colombianas tiveram queda desde então. Isso porque o Banco Central do país anunciou na semana passada que a economia local está desacelerando em um ritmo mais forte que o esperado.
Já a Petrobrás vem se desvalorizando por conta do preços dos combustíveis que, segundo a Quantitas Asset Management, estão defasados em cerca de 25% por falta de reajustes. Na Colômbia, a Ecopetrol reajusta preços mensalmente conforme a variação no mercado internacional.
Aqui, o último aumento foi em junho, com alta de 7,38% para a gasolina e 3,94% para o diesel, nas refinarias. Os porcentuais, segundo analistas, não foram suficientes e podem afetar os investimentos da empresa. "Enquanto a Petrobrás vê atrasos em seus projetos futuros do pré-sal, a Ambev aproveita o crescimento de sua receita em termos reais", diz Marcel Mitsuo Kussaba, chefe da área de análise de investimentos da Quantitas.
Veículo: O Estado de S.Paulo