Bebida ideal para a elaboração de drinques com frutas demandou um trabalho de pesquisa de quase dois anos.
Mesmo entre os produtos artesanais e tradicionais, a inovação se faz necessária para a conquista de novos mercados. Mirando um público cada vez mais bem informado e exigente, o Grupo Salinas, detentor das marcas de cachaça Salinas e Lua Nova, lançou em julho, durante a Expo Cachaça, em Belo Horizonte, a Salinas Mix.
De acordo com o diretor comercial do grupo, Thiago Medrado, a opção pelo lançamento de um produto multidestilado veio ao encontro de um público que demanda um produto mais suave e melhor harmonização. "Foram quase dois anos de desenvolvimento para chegarmos a um produto ideal para drinques com frutas. A cachaça tradicional tem um sabor muito forte que, muitas vezes, se sobrepõe ao da fruta. O público pedia uma bebida que não deixasse de lado o sabor característico, mas que oferecesse mais oportunidades de combinação", explica Medrado.
O crescimento do consumo entre as mulheres e os mais jovens tem ditado novas tendências para o mercado. Para o empresário, o sucesso da Salinas está intimamente ligado à capacidade de detectar esse novo cenário e trabalhar em cima dele sem deixar de ser a Salinas. "Aquele tabu de ligar o consumo da cachaça à vulgaridade já foi vencido. As mulheres hoje bebem com muita propriedade, elas conhecem o produto que consome. As empresas que não perceberem esse fato terão problemas em um futuro muito próximo", alerta do diretor.
5% da produção, de 7 mil litros diários fabricados, são exportados, especialmente para os Estados Unidos, Alemanha e República Tcheca. Entretanto, é o mercado interno a grande aposta da empresa, que tem sede na cidade de Salinas, no Vale do Jequitinhonha. Em 2014, os estrangeiros-alvo vão estar no Brasil para os jogos da Copa do Mundo Fifa. De olho nos visitantes, serão lançados sabores mais suaves e projetos especiais de embalagens e rótulos. Novos produtos como os licores artesanais também estão no planejamento.
Desde 2008 toda a produção da cachaça é feita pela Salinas. Parte da matéria-prima é produzida pelo próprio grupo. A equipe de 35 pessoas é acrescida de outras 50 na época da safra.
Sem reclamar das vendas, que em Minas Gerais devem crescer 7% em 2013 em relação ao ano anterior, e no resto do Brasil 15% no mesmo período, Medrado aponta como maiores dificuldades a carga tributária e a concorrência desleal de empresas clandestinas. "Concorrer com os clandestinos, pagando uma carga tributária de 45% sobre o faturado, é desonroso. Precisamos de mais vontade política para resolver essa situação."
Veículo: Diário do Comércio - MG