Os sucos industrializados de uva e os espumantes foram as alternativas dos produtores nacionais durante o ano de 2008 para compensar o mau resultado com a queda de 13% na comercialização dos vinhos brasileiros.
No caso dos sucos, a alta no mercado interno foi de cerca de 16% na comparação com o ano anterior, totalizando 43,4 milhões de litros vendidos em 2008. O grande destaque fica para os de versão natural (sem adição de água ou açúcar) que sozinho cresceu 33%. Líder desse segmento, com 34% do market share, a Vinícola Aurora - cooperativa formada por 1.100 produtores - conquistou sozinha um aumento de 11% nas suas vendas do suco natural que leva o seu nome. Já o Casa de Bento, outro suco produzido pela cooperativa, mas não integral (com adição de água e açúcar), registrou crescimento de 30% também no ano passado, segundo informou o diretor comercial da Aurora, Alem Guerra.
Com relação aos espumantes - que têm se mostrado uma tendência de produção nacional - a alta nas vendas foi de 6,36%, o que representa 17,4 milhões de litros no total, sendo que mais da metade, aproximadamente 9 milhões, foram destinados ao mercado externo.
A Salton, maior vinícola do País, é a líder nacional desse mercado com 45% das vendas e fechando 2008 com quatro milhões de litros de espumantes vendidos, o que representa alta de 20% em relação ao ano anterior, segundo informações do diretor comercial Daniel Salton. Utilizando-se das duas alternativas de mercado (suco e espumantes), mas apostando na vantagem dos espumantes, a vinícola pretende utilizar este ano parte da quantidade que normalmente é destinada ao suco de uva engarrafado o envase de espumantes. A expectativa da empresa é que a produção de suco de uva estacione em 200 mil caixas ao longo de 2009. Já a fabricação de espumantes deve alcançar os 4,3 milhões de litros.
A crise financeira internacional que hoje assombra o mercado parece que ter passado longe da Casa Valduga. Exceção no mercado de vinhos, as vendas da empresa cresceram 30% na comparação Janeiro 2009 com 2008. "Crise, que crise?", ironiza o proprietário, Juarez Valduga, rebatendo a pergunta feita pela reportagem com outra e afirmando que espera manter o nível de crescimento este ano. Confirmando a nova tendência do mercado nacional, o produtor, que faz questão de se autodenominar "colono", afirma que em cinco anos pretende fazer com que 80% de sua produção seja de espumantes.
Veículo: DCI