Suco de uva protege coração, diz SBC

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Até 2008, quase um terço de todo suco industrializado consumido no mercado doméstico era de uva. A bebida é de longe a líder desse mercado, seguida pelos sucos de pêssego e de laranja. Ano passado foram vendidos 43,4 milhões de litros de suco de uva, ante os 37,5 milhões de litros comercializados em 2007. Esse crescimento de quase 16% foi impulsionado em parte versão natural e integral do suco - sem adição de água ou açúcar, que registrou crescimento de 33%.

 

A bebida que caiu no gosto popular é recomendada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A Cooperativa Vinícola Aurora submeteu os sucos de uva ao crivo da SBC. Depois de passar por um comitê avaliador e por uma análise científica, obedecendo a padrões nacionais e internacionais de alimentos saudáveis, o suco Aurora ganhou o Selo de Aprovação SBC.

 

Os pesquisadores encontraram na bebida o resveratrol, substância que ajuda a frear a deterioração das células e contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares se associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis.

 

Antes mesmo de conquistar esse reconhecimento, a Aurora, dona de uma fatia de 34% do mercado interno de suco de uva integral e natural, já comemorava um aumento de 11% nas vendas. A outra versão do suco, produzida pela Cooperativa, o Casa de Bento, cresceu 30%.

 

"A nossa liderança deve ser assegurada com a ajuda do selo, mas não projetamos um crescimento no mercado interno. Muitas vinícolas entraram nesse segmento". A expectativa é do diretor comercial da Aurora, Alem Guerra. À frente de 1100 produtores, o executivo planeja aumentar a produção e a comercialização despejando o suco de uva fora do mercado interno.

 

Por enquanto, os benefícios do suco de uva brasileiro chegam ao mercado externo via suco de uva concentrado. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em 2008 foram exportados 6,02 milhões de quilos do produto, boa parte para os Estados Unidos. Mas a versão líquida do suco ainda não alcançou uma fatia relevante do mercado externo - apenas 30 mil litros negociados.

 

A Aurora passou por uma auditoria para conquistar a certificação Halal, que atesta que o produto é lícito para consumo dos muçulmanos. Alimentos ou bebidas Halal são permitidos por Allah, Deus no Alcorão. Como os produtos industrializados são Mashkouk fihi (suspeitos, em árabe) por terem fontes diversas de extrações, precisam passar por uma severa inspeção.

 

O órgão certificador no Brasil é a Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal Brasil), braço operacional da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), que analisou documentos da ISO e as condições de produção e aprovou os sucos da Aurora para os muçulmanos.

 

Atualmente, o mercado consumidor mundial de produtos Halal é movimentado por cerca de 1,8 bilhões de mulçumanos. Mercado que rejeita o consumo de álcool e onde os sucos têm potencial de crescimento.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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