Fruki distribui cerveja da Dado Bier

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Bebidas: A fabricante de refrigerantes possui 32 mil pontos de venda no Rio Grande do Sul

 

Pouco menos de um ano depois de ampliar a capacidade de produção de 180 mil para 1,5 milhão de litros por mês com o arrendamento, no fim do ano passado, de instalações industriais em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, a cervejaria Dado Bier dá agora um salto na área de distribuição. A empresa fechou um acordo com a Fruki, fabricante de refrigerantes em Lajeado, a 120 quilômetros de Porto Alegre, que desde ontem leva seus produtos para 32 mil pontos de venda em todo o Estado.

 

Focada na produção de cervejas "premium" e especiais, a Dado Bier chegava até agora a 2 mil estabelecimentos comerciais no Rio Grande do Sul, principalmente os grandes supermercados, além de alguns pontos em Santa Catarina, no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Com o apoio da Fruki, a empresa pretende ganhar espaço em segmentos como o pequeno e médio varejos, bares e restaurantes, onde as margens obtidas pela indústria podem ser maiores.

 

Segundo o presidente da Dado Bier, Eduardo Bier Corrêa, até agora a gaúcha ImportBeer era a responsável exclusiva pela distribuição das cervejas produzidas pela empresa.

 

De acordo com ele, a distribuidora vai continuar operando com a marca junto às grandes redes de supermercados e nos outros Estados. A estimativa é que o Rio Grande do Sul tenha um total de 50 mil pontos de vendas de bebidas.

 

O acordo com a Fruki vinha sendo negociado em sigilo há quase cinco anos e só pôde ser posto em prática depois do arrendamento, por cinco anos, de parte da cervejaria Riograndense, em Santa Maria, onde a Dado Bier concentrou toda a sua produção. "A partir daí passamos a ter maior escala", explica Corrêa.

 

A união entre as duas principais marcas gaúchas de bebidas ainda é apenas operacional, mas no futuro pode evoluir para uma associação entre as empresas, admite Corrêa.

 

Com o acordo, a Dado Bier pretende pular dos 100 mil litros de cervejas por mês vendidos na "safra" de novembro de 2008 a janeiro deste ano, quando a demanda cresce com a chegada do verão, para 1 milhão de litros mensais no mesmo período de 2009/2010, afirma Corrêa, que tem como um dos sócios o tio Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do grupo Gerdau. "É uma mudança de patamar", comenta o empresário.

 

A nova operação cria condições para dobrar o faturamento da Dado Bier no próximo ano, em relação aos R$ 35 milhões previstos para este ano, avalia o seu presidente.

 

Neste ano, dois terços das receitas virão dos três restaurantes da empresa na capital gaúcha, mas no ano que vem a produção e venda de cervejas já deve passar de 50% do total.

 

E se a demanda exigir, a capacidade de produção em Santa Maria pode ser triplicada com investimentos de cerca de R$ 10 milhões em novos tanques de fermentação e maturação.

 

Para 2010, Corrêa também planeja inaugurar mais quatro restaurantes, sendo três em Porto Alegre e um em Caxias do Sul, na serra gaúcha. Dois deles serão próprios e dois, franqueados.
"É um setor que está mais aquecido do que antes da crise", comenta o empresário, que já tem propostas de candidatos a parceiros para se estabelecer em cidades do interior do Estado como Passo Fundo, Pelotas, São Leopoldo, Gramado e Canela.

 

Para a Fruki, que tem capacidade instalada para produzir 300 milhões de litros por ano de refrigerantes, da água mineral "Água da Pedra" e do repositor energético "Frukito", o acordo com a Dado Bier permite a complementação do portfólio oferecido ao varejo e a diluição dos custos de transportes, diz o presidente Nelson Eggers.

 

A empresa tem uma frota própria de 50 caminhões (que no verão recebe o reforço de outros 50 terceirizados), além de 260 motos e 45 carros.

 

A Frukki estima deter uma fatia de 12% a 13% do mercado gaúcho de refrigerantes, que chega a 800 milhões de litros por ano, e de 26% no segmento de guaranás. Para o futuro, Eggers prepara uma ofensiva sobre Estados próximos como Santa Catarina e Paraná, mas primeiro o empresário quer "consolidar" e aumentar a rentabilidade das operações no Rio Grande do Sul.

 

Para este ano, a Fruki prevê um crescimento de 6% no volume de vendas e de 12% no faturamento em relação a 2008 diz o empresário, sem revelar números absolutos.

 

Veículo: Valor Econômico


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