Venda de carne suína produzida em Minas para o exterior cresce 51,8% em agosto.
Abertura de novos mercados, como Hong Kong, Ucrânia, Singapura e Equador reforçaram o balanço positivo
A Rússia, que era o principal comprador da carne suína produzida no Brasil, decidiu reduzir drasticamente a compra do produto brasileiro. Mas os produtores mineiros de suínos encontraram uma forma de driblar o embargo e as exportações já estão em trajetória crescente. A receita com venda de suínos abatidos em Minas para o exterior chegou a US$ 7,3 milhões no mês passado. A alta foi de 51,8% na comparação com o valor registrado em julho.
Segundo o superintendente da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, a reação das exportações da carne suína do estado, mesmo com redução das vendas para o mercado russo, ocorre porque houve o fortalecimento de mercados diferenciados, como Hong Kong, Ucrânia, Albânia, Singapura e Equador (estes representando 87% das vendas), além de outros 20 destinos. O superintende observa que mesmo com o embargo oficial à carne suína de apenas três estados brasileiros – Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso – praticamente todo o comércio de carnes do Brasil com a Rússia foi interrompido, inclusive o de Minas Gerais.
“O fator decisivo para a obtenção dessa cifra no mês passado foi o aumento do volume de embarques para outros países”, observa o superintendente. Os embarques alcançaram 3,2 mil toneladas em agosto, um aumento de 37,8% em relação ao volume do mês anterior.
Segundo Albanez, os dados das exportações mineiras de suínos de agosto são positivos também na comparação com o registrado em igual mês do ano passado. Frente a agosto de 2010, a receita teve crescimento de 12,7% e os embarques subiram 16,9%.
BOAS EXPECTATIVAS A previsão é de que as exportações para a Rússia irão se normalizar, e nesse caso os ganhos com a carne suína serão ainda maiores que antes da suspensão do comércio. De acordo com Albanez, o anúncio de que o governo russo vai liberar as compras de carne bovina de um frigorífico de Goiás, um de São Paulo, um de Minas Gerais e dois do Mato Grosso do Sul reforça a expectativa de normalização das exportações de suínos.
O presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins de Abreu, também acredita na retomada do aumento da receita das vendas externas da carne. Ele comenta que o mercado esteve quase paralisado durante um longo período, o que é confirmado por dados da Subsecretaria do Agronegócio: em 2010, a receita das exportações foi de US$ 82,2 milhões. Neste ano, até agosto, o movimento foi de US$ 34,5 milhões, equivalentes a 42% da cifra registrada em todo o ano anterior.
“Constatamos agora um esboço de reação, e um dos sinais da mudança de cenário foi a melhoria das cotações da carne suína no mercado interno em função do aumento do volume exportado”.
Veículo: O Estado de Minas