Foco da doença foi confirmado a 130 km das cidades de Iguatemi e Amambaí; governo brasileiro deve suspender compra de carnes e gados
O Mato Grosso do Sul assumiu alerta máximo em toda a fronteira com o Paraguai, no extremo sul do Estado. O objetivo da medida é impedir a transmissão do vírus da febre aftosa ao rebanho bovino da região, depois que um foco foi identificado no Paraguai, a 130 quilômetros das cidades de Iguatemi e Amambaí.
O governo brasileiro deve anunciar hoje a suspensão das compras de carnes in natura e de gado vivo do Paraguai. De acordo com fontes do governo, o objetivo da medida é restringir o trânsito de bovinos na fronteira.
Segundo informações da Superintendência Federal de Agricultura em Campo Grande, a doença foi confirmada pelas autoridades sanitárias do país vizinho. O foco foi localizado em Sargento Loma, distrito de San Pedro, onde o vírus foi detectado em 13 bovinos - cerca de 1 mil cabeças da espécie serão sacrificadas.
O delegado federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, disse que todos os recursos necessários estão mobilizados para evitar "qualquer ameaça ao rebanho do Estado". "Estamos muito atentos, principalmente com o contrabando de gado entre os dois países." Até o início deste semestre, o MS comprava bois do Paraguai, em razão da queda da oferta do produto por causa da estiagem.
Segundo a secretária estadual de Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa, as suspeitas estão circulando há duas semanas. "Temos a situação sob total controle. Além do controle do trafego de animais e produtos que possam oferecer perigo, o calendário da vacina antiaftosa está totalmente em dia."
Prevenção. A Argentina também declarou alerta sanitário na fronteira com o Paraguai, enquanto o Uruguai já comunicou que as importações de carnes estão suspensas. Além de barrar o produto do Paraguai, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina decidiu antecipar para hoje o início da segunda etapa de vacinação do rebanho contra febre aftosa nas províncias de Salta, Formosa, Chaco, Corrientes, Misiones e Entre Ríos.
Por meio de nota, o presidente do Senasa, Jorge Amaya, informou que o organismo suspendeu, "de forma preventiva, a entrada na Argentina de importação, ou trânsito para terceiros países, de toda mercadoria originária do Paraguai que possa ser veículo do vírus da febre aftosa".
A nota diz ainda que a Argentina "adotou medidas extraordinárias de controle e prevenção". Nesse sentido, o Senasa ordenou "reforçar o pessoal profissional e técnico nos postos de controle e áreas fronteiriças de risco; a intensificação dos controles nas cargas comerciais dos produtos autorizados a entrar no país; assim como uma maior restrição a objetos, produtos ou mercadorias sob a modalidade de trânsito entre os vizinhos, entre outras."
Veículo: O Estado de S.Paulo