Embarque de gado em pé volta a crescer no País

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Brasil exportou 32,4 mil cabeças em agosto, um aumento de 102% sobre o mês de julho


Os embarques de gado em pé voltaram a crescer em agosto, depois de apresentar o menor resultado dos últimos quatro anos em julho. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgadas pela Scot Consultoria, no mês passado o Brasil exportou 32,4 mil cabeças, um aumento de 102% na comparação com o desempenho de julho, quando foram embarcadas 16 mil, o menor volume desde 2007.

O resultado de agosto foi o segundo melhor do ano, perdendo apenas para fevereiro, quando foram comercializadas 46 mil cabeças. O faturamento foi de US$ 37,8 milhões. No entanto, de acordo com Alex Santos, analista da Scot Consultoria, apesar do resultado positivo, os números ainda estão abaixo do desempenho esperado para o período. O volume embarcado é 41% menor do que o registrado em igual período do ano passado, quando foram exportados 55 mil bovinos vivos. A receita foi 36% menor.

De janeiro a agosto, o Brasil já exportou 238,6 mil cabeças de bovinos vivos, volume 43,3% menor que no mesmo período do ano passado. O faturamento totalizou US$ 255,8 milhões. Desse total, 97% dos animais foram exportados pelo Pará, e o restante (cerca de 7 mil cabeças) pelo Rio Grande do Sul.

No Estado, a maior empresa exportadora de bovinos em pé, a Angus Trading, de Pelotas, realizou dois embarques no ano, um em janeiro (3.824 animais), para a Líbia, e o outro em maio (1.904 exemplares), para o Líbano. Em todo o ano de 2010, segundo Mauricio Diez, diretor interino da companhia, foram feitas quatro exportações, totalizando 26.042 animais. Apenas em setembro, um único embarque enviou 7,8 mil cabeças para a Turquia.

Um dos fatores apontados por Diez para a redução das exportações brasileiras de animais vivos é a taxa de câmbio, que não tem favorecido o País. "Nos últimos dias, felizmente, temos experimentado uma reação positiva nesse sentido, visto que as últimas cotações feitas para fechamento de contratos de câmbio estão apresentando um aumento significativo", comenta. Além disso, o diretor interino lembra que a empresa, em 2010, ampliou sua carteira de clientes, somando Egito e Turquia aos mercados compradores do gado gaúcho.

De acordo com Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), os compradores internacionais estão evitando o gado brasileiro devido aos altos preços dos animais neste ano. "Coincidentemente, ao mesmo tempo em que houve essa redução nas exportações, as indústrias não tiveram problemas de oferta de matéria-prima", aponta. Segundo Moussalle, mesmo que os volumes exportados continuem crescendo nos próximos meses, não deverão faltar animais para os frigoríficos. "Agora é a época em que muitos criadores tiram o gado da pastagem para plantar culturas de verão, como soja e milho, então a indústria estará bem abastecida."


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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