As exportações de carne bovina brasileira somaram US$ 4,958 bilhões de janeiro a novembro, alta de 11,4% ante os US$ 4,449 bilhões do mesmo período de 2010, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Segundo o diretor-executivo da entidade, Fernando Sampaio, o montante dos 11 meses está bem próximo da projeção de receita para o ano, de US$ 5 bilhões. "Praticamente atingimos o objetivo em novembro. Calculamos que em 2011 atingiremos receita de US$ 5,3 bilhões, recorde desde 2007, nosso pico em receita e preço", declarou, em entrevista.
De acordo com ele, o preço médio no período, de US$ 4.905 a tonelada, 26,7% superior aos US$ 3.872 a tonelada, também é recorde e voltou aos patamares pré-crise. Em volume, a queda nos 11 meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2010, é de 12%, passando de 1,149 milhão de toneladas para 1,010 milhão de toneladas. Com o resultado, a Abiec aguarda, para 2011, uma diminuição de 10% nos embarques.
"O volume foi comprometido com o embargo russo e os problemas políticos em alguns países do Oriente Médio e pela valorização do real ante o dólar, que comprometeu nossa competitividade no exterior. Mesmo com esses problemas, o preço médio da carne subiu muito, até pela alta da matéria-prima", explicou Sampaio. Apesar do embargo, a Rússia segue como o principal mercado da carne brasileira, seguida de União Europeia, Hong Kong, Egito, Venezuela e Chile.
Sampaio acredita que em 2012 haverá uma recuperação do volume exportado da carne bovina brasileira e a receita, projetada em US$ 5,3 bilhões para 2011, também crescerá. Ele, porém, não citou números nem percentuais. "Podemos recuperar volume por conta de uma eventual reversão do embargo russo, da maior flexibilidade das regras de importação da Europa e do fato de o Oriente Médio estar mais estabilizado", explicou o executivo. Ele disse que há expectativa de começar a vender carne in natura para os Estados Unidos já no início do ano. Até o momento, o Brasil vende ao mercado norte-americano somente carne bovina industrializada.
No caso de Rússia, Sampaio informou que os técnicos do serviço veterinário do país visitaram frigoríficos bovinos e também vistoriaram o serviço veterinário brasileiro. "A nossa impressão foi de que a visita foi positiva para reverter o embargo, que dura desde junho. Mas eles ainda têm que fazer os relatórios e não há um prazo para a divulgação deles", disse. Sobre União Europeia, o diretor explicou que há conversas entre o governo brasileiro e as autoridades do mercado para flexibilização das regras impostas por eles na importação de carne.
Veículo: DCI