Nem mesmo questões como a forte - restrição a crédito ou os debates sobre a alta de juros foram capazes de diminuir o apetite do consumidor brasileiro, que continuou saindo às compras nestes meses. Claro, não podemos esquecer do ritmo de inadimplência, que também continuou nas alturas no período, mas por enquanto os empresários do setor, pelo menos a maioria dos que têm sido ouvidos nas reportagens do DCI, ainda estão otimistas com o desempenho das vendas para o restante do ano. Os números de crescimento das vendas envolvem, inclusive, um cenário curioso: os clientes que mais abriram sua carteira no primeiro semestre de 2011 foram os da Região Norte do País, que tem chamado a atenção de várias empresas e investidores estrangeiros. Tanto é assim que diversas obras de infraestrutura e abertura de novos empreendimentos, como centros de compras, têm balizado os negócios no norte e nordeste. Existem, inclusive, muitas obras governamentais nessas regiões, boa parte das quais é até polêmica por questões como impacto ambiental.
Com a ascensão das classes emergentes, nos últimos dois anos, vale a ressalva de que houve também a migração do dinheiro para o norte e nordeste, claro que em alguns aspectos. Isso porque enquanto o comércio varejista do sudeste manteve níveis elevados de crescimento, o que se esperava era a manutenção desta tendência, mas a surpresa foi regiões como Tocantins, Acre, Paraíba, Maranhão e Minas Gerais terem tido destaque no crescimento das vendas este ano, até o momento. Tanto que estas áreas figuraram, desde o começo deste ano, como as mais animadas do ponto de vista do comércio varejista, em termos de consumo por parte de seus clientes. No ano, até o mês de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou, ontem, que as vendas do setor acumularam alta de 7,4% e, em 12 meses, de 9,2%.
Apesar de os números inicialmente indicarem que os empresários do ramo ainda têm muito que comemorar, devido ao nível de elevação das vendas, economistas especializados neste setor de compra e venda, seja por atacado, seja a varejo, garantem que não estamos em momento de euforia. Ao contrário, a tendência é de cautela.
Ou deveria ser, já que apesar de as vendas do mês de maio, com o Dia das Mães, terem sido bem melhores este ano do que no ano passado, houve uma pequena desaceleração em relação a abril.
Assim, a tônica é de que ainda veremos crescimento no ano, porém moderado.
Veículo: DCI