Lojistas estão menos otimistas para o Dia dos Namorados

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A comemoração do Dia dos Namorados, no dia 12 de junho, ainda deve ser lucrativa para o varejo, apesar da conjuntura menos favorável. A projeção está na pesquisa "Expectativa para Dia dos Namorados", divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), que aponta que 71,7% dos empresários apostam que as vendas para a data serão melhores que em 2011. Embora apresente retração em relação ao ano passado, quando 82,5% dos lojistas estavam otimistas, a data já é considerada a terceira melhor do varejo nacional, já que passou a integrar o cronograma anual dos lojistas da Capital.

"A inadimplência cresceu e o crédito teve expansão bastante modesta em abril comparado a março", analisa a gerente do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo.

Soma-se também o fato de as famílias estarem com 22,3% de suas rendas comprometidas com o pagamento de dívidas, o percentual mais elevado desde outubro do ano passado (22,42%). O endividamento, segundo dados do Banco Central, bateu recorde em março, alcançando 42,95%. Em março do ano passado, o endividamento das famílias (índice calculado pela razão entre o saldo das dívidas assumidas e a renda em 12 meses) era de 40,14%.


Público jovem - Apesar disso, 48% dos lojistas confiam que as vendas serão de 10% a 20% melhores ante o ano passado. Com isso, para os empresários que atuam junto ao público jovem, a data deve ser considerada a segunda melhor de vendas, perdendo apenas para o Natal. "Os mais novos têm um papel fundamental na perspectiva de vendas, pois a preocupação do jovem é agradar, então eles se propagam mais no comércio. Já os casados têm outros tipos de preocupações e, por isso, as comemorações são mais simples. O valor médio do presente está em R$ 100 e os parcelamentos contribuem dando mais opções de compra", aponta Silvânia de Araújo.

A maioria dos entrevistados (39,9%) pretende gastar o mesmo valor do que o ano passado e 28,8% gastarão mais que no ano passado. Os que pretendem gastar menos representam 31,3% das respostas. Para conquistar este público, de acordo com ela, o lojista deve priorizar o atendimento personalizado, aliado ao mix de produtos diferenciados para agradar os mais jovens. As peças, atraentes e sedutoras, também devem se destacar pelo forte apelo emocional. Na lista dos mais procurados, estão as roupas, com 40,7% das respostas. Em seguida, os calçados e perfumes, com 19,0% e 10,9%, respectivamente. Contudo, diversos produtos foram citados: flores, chocolates, cesta de café da manhã, telefone celular, joias, livros, bijuterias, pacotes de viagem, acessórios, cosméticos, eletrônicos e roupas íntimas.

Já o tíquete médio de 47% dos entrevistados varia entre R$ 50,00 a R$ 100,00. Já 21,8% dos entrevistados estão dispostos a pagar de R$ 100,00 a R$ 150,00. Trata-se da maior faixa com 68,8% das respostas. No que diz respeito à forma de pagamento, a tendência é que o pagamento à vista em dinheiro predomine, com 47% das respostas, seguido do cartão de crédito de modo parcelado com 40,6%.

O estudo ainda aponta que os shopping centers e as lojas a céu aberto (hipercentro, Savassi e lojas de bairro) são os locais preferidos para as compras, contando com a preferência de 55,2% do total das respostas. A diversidade de produtos com vistas a facilitar a opção de escolha é um fator citado para definir as escolhas, devido à conveniência de locais com maior concentração de lojas. Esta conveniência é percebida pela escolha de 4,1%, que preferem as compras pela internet.

Na hora da compra, o consumidor vai prestar muita atenção nos componentes: preços (35,8%), marca (19,8%) e originalidade dos presentes (12,6%). Fatores como a moda (9,0%), lojas diferenciadas/exclusivas (7,4%), exclusividade dos presentes (6,3%) também foram citados. Quanto a atitude adotada em relação a data, apurou-se: 56,3% dos entrevistados planejarão as compras com antecedência de modo a pesquisar mais preços e produtos. Já 27,0% escolherão os presentes na hora da compra, sem base de comparação, e 16,7% deixarão o companheiro(a) escolher o presente.

Dentre os que pretendem gastar mais do que o ano passado, 56,9% responderam que querem dar um presente melhor do que o ano passado. Outros 19,5% responderam que por estar em um momento mais feliz com o(a) namorado(a) pretende comprar um presente especial. A melhor situação financeira foi citada por 11,4% dos entrevistados, o que de certo modo significa um otimismo com a sua vida de um modo geral e tende a ser compartilhado com o(a) namorado(a), assim como 7,3% que se sentem mais seguros no emprego.

Os que irão gastar menos em relação ao ano passado, 56,3% disseram que o principal motivo é o endividamento, 28,6% preferem presentear em outras datas comemorativas. A diminuição da renda e o desemprego foram citados por 8,0% e 7,1% dos entrevistados, respectivamente.

Já agindo como fatores limitadores/inibidores das compras, os entrevistados citaram: produtos sem qualidade (37,8%), preços elevados (27,6%) e a falta de opção de item (18,2%). Tais condicionantes mostram que a relação custo-benefício será o fator mais importante para o consumidor, o que poderá ampliar o tíquete de compra.

A pesquisa foi realizada entre os últimos dias 16 a 18 com 300 lojistas do Barreiro, região Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Oeste, Pampulha e Venda Nova.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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