Adriana Peres com agências
SÃO PAULO - As operações de crédito consignado (empréstimo pessoal em folha de pagamentos) a funcionários de setor privado teve um desempenho negativo em novembro deste ano. Segundo o relatório do Banco Central divulgado ontem, o estoque desse segmento em novembro ficou praticamente estável ante outubro (alta de 0,1%), sustentado basicamente pelas operações com funcionários públicos, que cresceram 0,3%, já que as operações com trabalhadores da iniciativa privada recuaram 1,4%. No total em 12 meses, as operações cresceram 22%, de R$ 74 bilhões para R$ 78,2 bilhões.
Considerando-se apenas os 13 principais bancos que operam no consignado, as concessões acumuladas tiveram queda de 14,2%. Esse desempenho negativo é parcialmente explicado pelo fato de o mês de novembro ter tido três dias úteis a menos do que outubro.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, avalia que o desempenho fraco do consignado seja um sintoma de menor confiança da população, que teme perder o emprego. Isto reduz a demanda por este tipo de financiamento, que tem desconto no holerite. "Isto mostra que as famílias estão mais conservadoras", afirmou. O crédito consignado é uma das modalidades mais baratas de financiamento para pessoas físicas, já que tem menor risco de inadimplência.
Outro segmento que sofre queda no mês de novembro de 2008, foi o financiamento de aquisição de veículos, que caiu 0,9%. Em 12 meses, a modalidade cresceu 27,1%, saindo dos R$ 111,6 bilhões em novembro de 2007 para R$ 136, 7 bilhões em novembro de 2008.
De acordo pesquisa da Federação Nacional de Bancos (Febraban), crédito a pessoa física vai ter crescimento menor em 2009, saindo de 25% em novembro deste ano para 17,8% em dezembro de 2009 devido a maior redução nos créditos consignado e de veículos. As operações de crédito consignado devem sair dos 22% em novembro de 2008 para 18,7% em dezembro de 2009. No mesmo período o financiamento para aquisição de veículo deve crescer de 27,1% para 21,2%. Para Rubens Sardenberg, as pessoas estão mais cautelosas devido ao aumento da taxa de desemprego por conta da crise. Sardenberg acredita que a contração da atividade econômica será mais agressiva no primeiro semestre do próximo ano.
Veículo: DCI