O segmento supermercadista brasileiro deve retomar, no ano que vem, um movimento de fusões e aquisições que ficou estacionado por conta da crise.
Estudo da consultoria Deloitte, finalizado em novembro, aponta que haverá uma nova onda de compra de redes regionais de porte médio e de supermercados populares de periferia. Em todo o país, as aquisições deverão usar bandeiras diferentes a fim de atingir públicos específicos.
O avanço das aquisições, especialmente por parte das três gigantes do ramo, Carrefour, Walmart Brasil e Grupo Pão de Açúcar, vinha ocorrendo até meados de 2008. A compra do Atacadão pelo Carrefour e a aquisição do Assai pelo Pão de Açúcar, em 2007, exemplificam essa movimentação.
"Com a crise, houve um estancamento. Não pela situação brasileira, que estava muito positiva, mas por decisão das matrizes, mesmo", diz Reynaldo Saad, sócio, responsável pela área da indústria de varejo e bens de consumo da Deloitte.
"As grandes redes optaram por não prosseguir o movimento em 2009 até porque houve uma perda de referência de valores, de quanto valeria uma empresa em ano de crise", diz.
Saad também cita a possibilidade da entrada de grandes redes internacionais no país, processo que poderia alterar o atual posicionamento da liderança no setor.
"Em 2010, veremos uma expansão muito forte desse modelo. É onde estará concentrado o maior nível de investimento", afirma Sussumu Honda, presidente da Abras (associação dos supermercados).
Veículo: Folha de S.Paulo