Melhores benefícios ainda estão nos mais altos escalões

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Atrair, reter e engajar os melhores talentos é o maior desafio dos departamentos de recursos humanos na atualidade. Por isso, além de construir uma sólida imagem corporativa, uma prática cada vez mais importante para as empresas que querem atrair e manter os melhores talentos é investir na educação e no treinamento dos seus funcionários. Mas isso não é tudo. Muitas vezes é pacote de benefícios que faz a diferença quando um executivo decide se aceita ou não uma proposta de emprego.
Junto a isso, as companhias também precisam se preocupar cada vez mais com os custos e riscos associados a uma política agressiva de benefícios.

 

Para evitar um cabo-de-guerra entre empresas e empregados, é fundamental que o departamento de recursos humanos que se engaje numa gestão mais consciente dos benefícios. Isso quer significa valor para os profissionais, sem prejuízo para seus empregadores.

 

Um panorama bastante amplo de como as empresas têm procurado equilibrar essas equação é a 26ª edição da Pesquisa de Benefícios da consultoria Towers Perrin, que contou com a participação de 300 empresas - nacionais e multinacionais - de diversos segmentos do mercado. O estudo examina os dez benefícios mais comumente oferecidos aos empregados no Brasil.

 

O destaque do levantamento é o plano de saúde, benefício oferecido por todas as empresas pesquisadas aos seus funcionários. Segundo o consultor da área de Saúde da Towers Perrin, Alessandro Murga, este é um item de muita relevância entre os empregados, fato que acaba gerando desafios para as empresas. "O custo dos planos de saúde cresce acima da inflação", afirma. "É uma equação desafiadora, porque não é possível prescindir do benefício e, ao mesmo tempo, toda empresa sofre hoje com as exigências de controle de custos."

 

Essa realidade tem levado as empresas à busca de uma melhor gestão dos custos com saúde. "Elas começam a discutir que tipo de planos podem implementar para gerar saúde e, desse modo, reduzir custos no médio e longo prazo", comenta Murga. "É um perspectiva mais preventiva e menos reativa. Além disso, esse tipo de política também gera ganho de produtividade entre os funcionários", analisa. Os dados do estudo demonstram essa tendência. O aumento médio de custo com o plano de saúde foi de 8,93%, Na edição anterior, esse dado era de 10,22%.

 

Conforme o estudo, os benefícios variam de acordo com o nível hierárquico. Os planos de saúde tipo executivo, por exemplo, se concentram nos níveis gerenciais. Os benefícios odontológicos acompanham essa tendência. Os planos de padrão superior chegam respondem por 57% entre os presidentes. Já entre os funcionários do nível operacional, o padrão é o plano básico, com 58%.

 

O privilégio daqueles que estão no topo da pirâmide empresarial também aparece nos dados relativos ao check-up periódico, oferecido por 65% das empresas participantes. O benefício é, geralmente, restrito aos diretores e gerentes, embora a tendência seja da extensão do programa aos demais níveis. Em 83% dos casos, o check-up é feito anualmente. Em sua forma mais convencional (94%) inclui consultas, exames laboratoriais, eletrocardiograma, teste ergonométrico, raio X e outros exames. Na maioria das empresas (85%), o custo do benefício por funcionário é superior a R$ 1 mil.

 

Mas os executivos nem sempre são privilegiados. Há benefícios nos quais prevalece a igualdade entre os níveis hierárquicos. É o caso do auxílio-alimentação, que é oferecido por 98% das empresas e, em geral, contempla quase todos os empregados.

 

Aposentadoria

 

Dentre as 300 empresas participantes, 71% oferecem um plano formal de aposentadoria aos funcionários. Segundo o sócio-gerente da área de previdência da Towers Perrin, Felinto Sernache, há alguns anos os fundos de pensão ofereciam soluções iguais para pessoas de diferentes perfis. Mas a situação está mudando. "As empresas perceberam que os fundos deveriam oferecer flexibilidade de investimento para seus beneficiários. Está havendo um aumento da oferta de planos de aposentadoria com os perfis agressivo, moderado e conservador", aponta. Ele explica que, com a turbulência do mercado de capitais, a tendência é que as administradoras dos fundos dividam cada vez mais a responsabilidade sobre a escolha dos investimentos com os beneficiários. Segundo o estudo, 36% das empresas já permitem que os funcionários escolham o perfil dos investimentos.

 

Por fim, outra revelação do estudo é que os benefícios flexíveis continuam sendo pouco expressivos, usados em apenas 3% das organizações. Segundo Sernache, esse tipo de benefício ainda não progrediu no Brasil por diversos motivos, como o seu alto custo de implantação e o fato da flexibilização poder gerar problemas legais para a empresa.

 


Veículo: Gazeta Mercantil


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