Pfizer vai estudar doenças tropicais

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A multinacional americana Pfizer não quer ficar para trás no segmento de vacinas, altamente lucrativo no mercado internacional. Ao adquirir por US$ 68 bilhões o laboratório Wyeth em 2009, a farmacêutica, que tem como carros-chefes os medicamentos Lipitor e Viagra, também abocanhou uma fatia importante do segmento global de vacinas, passando a ter participação de 12,3%.

 

Em entrevista ao Valor, Susan Silbermann, presidente da Pfizer para América Latina e países emergentes, disse que o Brasil é um importante mercado para a companhia. "O potencial de negócio é grande, a economia é crescente e o governo tem um programa sério de saúde", afirmou.

 

Com um faturamento no Brasil em torno de R$ 3,3 bilhões, a Pfizer tem três fábricas no país, todas em São Paulo. Com a mais recente aquisição, a companhia não pretende ter mais uma unidade no país, mas quer elevar a capacidade atual das atuais operações, afirmou Susan.

 

Em vacinas, importante negócio para Pfizer agora, o Brasil deverá ser uma plataforma de estudos para doenças tropicais. Os focos serão no desenvolvimento de vacinas para o combate da doença de Chagas e malária. A empresa deverá aprovar um plano de estudos ainda este semestre em parceria com uma universidade de Ribeirão Preto (SP). O mesmo deverá ser feito para o desenvolvimento de estudos para a malária.

 

A empresa aguarda para este semestre autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para negociar a Prevenar 13, vacina mais eficiente no combate de doenças pneumocócicas, que são responsáveis por um dos maiores índices de mortalidade infantil no mundo. Esse novo medicamento tem seis sorotipos complementares, comparado com a Prevenar 7, que já é comercializada no país. Essa vacina faz parte do programa de alto risco do governo federal.

 

A divisão mundial de vacinas da farmacêutica responde por US$ 3 bilhões em receita. O Lipitor (combate o colesterol elevado) é o medicamento líder global da empresa, com vendas de US$ 13 bilhões por ano, seguido pelo Enbrel, medicamento biológico indicado para o tratamento da artrite reumatoide, e Viagra. A receita global da companhia, incluindo a Wyeth, soma US$ 71 bilhões (pro forma).

 

A Pfizer já negocia duas vacinas no Brasil, segundo Gail Rodgers, diretora de vacinas da companhia. "Antes da compra da Wyeth, a empresa já trabalhava no desenvolvimento de vacinas, mas esse segmento ganhou mais força com a aquisição", disse.

 

Susan Silbermann bem sabe que o grupo farmacêutico ficou muito marcado pelas vendas do Lipitor, um dos remédios mais vendidos do mundo, e pelo Viagra, a famosa pílula azul, que combate a disfunção erétil. Os dois perdem nos próximos meses suas patentes. Segundo a executiva, a empresa tem em seu pipeline vários medicamentos que deverão ser lançados no mercado. Mas dificilmente esses novos produtos terão o apelo de mercado das duas marcas. "A Pfizer é uma empresa que não depende de poucos medicamentos. Temos um grande portfólio."

 

Ao Valor, a executiva afirmou que a Pfizer estuda vários negócios, inclusive o mercado de genéricos. O Valor antecipou em fevereiro que o grupo avalia produzir medicamentos genéricos de seus próprios produtos, que estão para perder a patente, e também pode adquirir um laboratório no Brasil. A Teuto, com sede em Goiás, foi sondada pela companhia. Sobre esse assunto, Susan preferiu não se pronunciar. "Não comentamos especulações."

 

A incorporação da Wyeth também permitiu à Pfizer avançar em medicamentos bioterapêuticos, também conhecidos como biológicos. Segundo William Korinek, vice-presidente e coordenador da área de pesquisa e desenvolvimento da divisão de biotecnologia do grupo, há vários medicamentos em estudos pela companhia nesse sentido. (MS)

 

Veículo: Valor Econômico

 


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