Os produtores de morango em Minas Gerais estão trabalhando com tecnologia evoluída, utilizando sistemas de irrigação e estufas que propiciam a colheita da fruta durante todo o ano. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Pouso Alegre, Julião Meyer Júnior, ao garantir que a produção está boa e o maior entrave que o setor encontra é o custo com insumos para manutenção das lavouras.
O dirigente acredita que a produção da região Sul de Minas está em torno de 50 mil toneladas anuais mas, segundo ele, é difícil prever com exatidão pois a fruta é plantada todo o ano e a maioria das lavouras faz parte da agricultura familiar. "A atividade demanda por um volume muito grande de mão-de-obra, uma vez que além dos trabalhos com o trato, assim que o morango é colhido, tem que ser imeditamente distribuído pois é muito perecível", explicou.
No mercado, o conjunto com quatro caixas da fruta pode ser encontrado com preços que variam entre R$ 3 e R$ 4. Para o produtor, o custo de produção está entre R$ 1,20 e R$ 2 o conjunto. "Cada caixa de morangos comporta algo entre 150 gramas e 200 gramas da fruta. Até o momento, os produtores não estão reclamando dos preços, mas esse cenário deverá mudar em breve", considerou.
De acordo com Meyer Júnior, entre os meses de setembro e dezembro ocorre concentração da colheita da safra. Em função disso, a tendência é de queda nos preços, a não ser que ocorram chuvas fortes que costumam estragar bastante a produção, explicou o dirigente. Os principais mercados do morango do Sul de Minas são Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Para o mercado externo, parte da produção vai para os Estados Unidos, Europa e Japão. "Apenas São Paulo é responsável pelo consumo de 40%, enquanto 25% do volume produzido em Minas vai para o exterior, destacou.
Multas - Entretanto, o diretor ressaltou o grande número de ocorrências de multas na região em função da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "Os fiscais do trabalho estão lavrando muitos autos de infração, mesmo com a maioria dos trabalhadores sendo famílias que estão trabalhando para sustento próprio em lavouras arrendadas. Essa situação está trazendo muitos problemas e desânimo para os produtores que são arrendatários ou parceiros de donos de terra para plantar", advertiu. (RM)
Veículo: Diário do Comércio - MG