Com alta demanda, as redes antecipam estoque do Natal

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O aumento do poder de compra dos clientes da classe C, D e E deu novo impulso ao setor de vestuário, que resolveu este ano antecipar para julho o começo da produção de estoques para as vendas que acontecem no Natal. Fabricante de meias, a Lupo, que hoje tem 150 franquias espalhadas pelo Brasil, é uma das empresas atentas à fomentação de compras para a época do Papai Noel. Tanto que antes começava a estocar produtos em novembro (um mês antes da data festiva), mas este ano antecipou para julho; as vendas natalinas devem corresponder a 20% do faturamento anual da marca, que fechou 2009 com R$ 350 milhões, mas para este ano prevê faturamento de R$ 600 milhões.

 

Segundo o diretor comercial da Lupo, Valquírio Cabral, este ano o Brasil começou a se programar como o resto do mundo devido ao estímulo trazido pelo surgimento da nova classe social. "Começávamos a pensar no Natal 30 dias antes; hoje o fazemos seis meses antes. Isso é muito importante para nós, pois hoje a demanda interna representa 94% do nosso faturamento e estamos crescendo 25% a mais que no ano passado", explicou Cabral.

 

Com o slogan "Troque sua meia velha por uma Lupo nova", a marca também pretende crescer em franquias e chegar ao fim deste ano com 165 lojas no Brasil e seis no exterior. A rede também se prepara para entrar no mercado argentino. "Pretendemos aumentar nossas exportações, mas, como o dólar está abaixo de R$ 2, isso é um pouco complicado", disse o diretor comercial.

 

Outra que quer aumentar sua fatia no mercado é uma das maiores fabricantes de lingerie da América Latina, a DeMillus, que espera ter um aumento de 20% neste ano em faturamento, impulsionado também pelo Natal, e graças ao aumento do consumo de lingerie no País.

 

Conforme o diretor financeiro da DeMillus, Nelson Cuptchik, a meta da marca este ano é faturar R$ 400 milhões. Ano passado o grupo alcançou R$ 319 milhões por meio de venda direta: a empresa atualmente possui 130 mil revendedores no País, além de atuar em cerca de quatro mil pontos-de-venda, como: lojas especializadas, de departamentos, magazines e hipermercados. As vendas diretas compõem 70% do faturamento anual da empresa; a exportação responde por 5% e tem foco nos EUA.

 

Segundo o diretor financeiro, a meta para o período que antecede o Natal é aumentar o tíquete médio desde agora. "No primeiro semestre deste ano tínhamos um tíquete médio, por revendedora, de R$ 450, e nesta próxima fase do mês devemos um ter tíquete médio de cerca de R$ 530."

 

Preparação

 

A marca Marisol, dona das franquias Lilica & Tigor, Babysol e Pakalolo, e da marca One Store, afirma que a preparação para as vendas natalinas começou no final de julho, com o lançamento de coleção de verão de 2010/2011, e que as vendas já dispararam para esta época. "A venda em dezembro chega a perfazer um incremento de 70% a 80 % em relação aos meses 'normais' de venda: é o faturamento de 15% do ano aproximadamente", contabilizou Cássio Cansian, gerente de Expansão da Marisol, que faturou no ano passado R$ 506,8 milhões.

 

Segundo o porta-voz, a projeção de venda no varejo para o segundo semestre na rede Lilica & Tigor é de crescer 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Este crescimento será impulsionado pelo plano de expansão da marca, de passar de 150 para 172 franquias este ano, em São Paulo, Mato Grosso, Roraima, Rio de Janeiro, Paraná e Ceará.

 

Para 2010, o grupo Marisol definiu investimentos em torno de R$ 30 milhões destinados a aumento da capacidade produtiva e informatização da unidade do Ceará e à expansão das redes de lojas. A Marisol também investe no varejo eletrônico (e-commerce). "Nós estamos na loja virtual One Store fazem promoção durante todo o mês. Os descontos são variados e podem chegar a 30%, dependendo do produto. Na One Store estão as coleções de inverno de 2010 das marcas Pakalolo, Marisol, Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre", explicou Cansian.

 

Quem vai receber investimentos também é a franquia Baby Sol, linha exclusiva para bebês que engloba de carrinhos a chupetas. "Hoje temos 17 lojas; até o fim do ano serão 30." Hoje, a Marisol possui tíquete médio de R$ 70, e no inverno e datas pontuais alcança o valor de R$ 100. No grupo, a marca que passa por reestruturação agora é a Pakalolo, que terá novos investimentos nos próximos meses, segundo a Marisol.

 

Veículo: DCI


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