Para ganhar musculatura na disputa pelo mercado externo, as farmacêuticas brasileiras buscam ampliar sua presença global. A Eurofarma, que faturou R$ 1,4 bilhão em 2009, afirma que, mesmo com forte participação no mercado latino-americano, deve ampliar ainda mais os seus negócios na região. Para isso, negocia mais uma aquisição na América Latina ainda este ano.
De acordo com o diretor de Exportação da empresa, Wesley Marucci Pontes, a estratégia da Eurofarma para alavancar as transações externas é fazer aquisições. O plano da farmacêutica é a aquisição anual de pelo menos um laboratório com faturamento de US$ 15 milhões a US$ 30 milhões nos países da América Latina. "Nosso interesse está na expansão das nossas operações. Temos o objetivo de nos tornar uma farmacêutica multinacional brasileira" afirma ele.
Em junho, a Eurofarma fez a aquisição do laboratório Gautier, no Uruguai, que tem atuação também no Paraguai e na Bolívia. Segundo Pontes, a empresa segue negociando para comprar mais um laboratório até o mês de dezembro. A farmacêutica já possui operações próprias em quatro países e atua na América Latina, Ásia, África e no Oriente Médio. No total, os produtos da empresa são exportados para 25 países, em mercados menos regulados. As exportações a Estados Unidos, Japão e Europa estão previstas dentro de três anos, depois da certificação de suas plantas produtivas.
As exportações da Eurofarma refletem o cenário da indústria nacional, onde os negócios do mercado externo são muito menores que os feitos no País. A companhia exporta 2% do seu faturamento. Este ano, a farmacêutica projeta dobrar o faturamento das suas exportações. "Nossa participação ainda é pequena, mais crescente. Em 2008 as exportações respondiam por R$ 2 milhões, hoje já estão em R$ 10 milhões", diz o executivo.
A Eurofarma está entre as maiores indústrias farmacêuticas do País, com seis fábricas. O seu complexo industrial, localizado na cidade de Itapevi (SP), tem mais de 80 mil metros quadrados. A empresa investiu R$ 400 milhões para ampliar o complexo e com isso triplicou a capacidade produtiva da Eurofarma, com o objetivo de abastecer o mercado nacional e internacional. Até o fim do ano, a unidade fabril irá receber mais R$ 50 milhões para possibilitar a fabricação de produtos oncológicos e biotecnologias.
Ampliar as exportações e ingressar em grandes mercados, como o dos Estados Unidos e o da Europa, fazem parte das prioridades do laboratório Cristália. Segundo o gerente de Exportações da empresa, Carlos Manzo, a nova fábrica da empresa, aberta em janeiro deste ano, recebeu investimentos de R$ 160 milhões em tecnologias de produção, tornando a nova unidade farmacêutica apta a atender os requisitos da Food and Drug Administration (FDA), órgão americano de vigilância sanitária, e da European Medicines Agency (EMEA), instituição reguladora do mercado farmacoquímico europeu, e quadruplicou a capacidade de produção. "Está prevista auditoria para a classificação da fábrica e uma série de projetos em parceria com empresas estrangeiras" afirma Manzo. Com isso, a Cristália pretende aumentar suas exportações em 20%. Ano passado, os ganhos com exportação chegaram a US$ 6 milhões, e em 2011 os planos da Cristália são ainda mais otimistas. A meta da farmacêutica é duplicar suas exportações, que atendem a 22 países.
Atualmente, a América Latina é onde está a principal atuação do laboratório no mercado externo. Na região, a companhia é líder de venda de anestésicos no Paraguai, Equador, Uruguai e República Dominicana. O Cristália atua ainda no mercado de anestésicos, antirretrovirais e analgésicos na Síria, Iraque, Irã, Emirados Árabes e Arábia Saudita.
Multinacional
A sueca AstraZeneca também declara interesse em aumentar suas exportações a partir do Brasil. Segundo o presidente da multinacional, Rubens Pedrosa, o objetivo é utilizar o Brasil como plataforma de exportação para toda a América Latina. "A AstraZeneca tem um percentual muito tímido de exportação, por isso queremos ampliar nossa atuação na América Latina" diz.
A filial brasileira do laboratório anglo-sueco projeta para o ano que vem exportações da ordem de 4 milhões de unidades de medicamentos. Atualmente, a produção da AstraZeneca é de 30 milhões de unidades destinadas a abastecer o mercado brasileiro. Para viabilizar o crescimento de 20% no faturamento deste ano, a farmacêutica vai investir R$ 25,5 milhões no Brasil. Em território nacional, a unidade fabril da AstraZeneca está localizada em São Paulo.
No mundo, a AstraZeneca possui 26 fábricas e tem presença em 18 países.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), o trabalho de internacionalização da indústria brasileira deve reverter os gargalos de importação de medicamentos prontos no País.
Para ganhar musculatura na disputa pelo mercado externo, as farmacêuticas brasileiras buscam ampliar sua presença global. A Eurofarma, que faturou R$ 1,4 bilhão em 2009, afirma que mesmo com forte participação no mercado latino-americano, deve ampliar ainda mais os seus negócios na região. Para isso, negocia mais uma aquisição na América Latina ainda este ano. De acordo com o diretor de Exportação da empresa, Wesley Marucci Pontes, a estratégia da Eurofarma para alavancar as transações externas são as aquisições. O plano da farmacêutica é a aquisição anual de pelo menos um laboratório com faturamento de entre US$ 15 milhões e US$ 30 milhões em países da América Latina.
Ampliar as exportações e ingressar em grandes mercados, como o dos Estados Unidos e o da Europa, fazem parte das prioridades do laboratório Cristália. Segundo o gerente de Exportações da empresa, Carlos Manzo, a nova fábrica da empresa, aberta em janeiro deste ano, recebeu investimentos de R$ 160 milhões em tecnologias de produção, tornando a nova unidade farmacêutica apta a atender os requisitos da Food and Drug Administration (FDA), órgão americano de vigilância sanitária, e da European Medicines Agency (EMEA), instituição reguladora do mercado farmacoquímico europeu, e quadruplicou a capacidade de produção de seus medicamentos.
A sueca AstraZeneca também declara interesse em aumentar suas exportações a partir do Brasil. De acordo com o presidente da multinacional, Rubens Pedrosa, o objetivo é utilizar o Brasil como plataforma de exportação para toda a América Latina.
Veículo: DCI