Empresa adota estratégia já usada pela Parmalat para mostrar que o seu portfólio vai além do panetone
O maior problema da empresa de alimentos Bauducco é o peso de um único produto: o panetone. A marca é quase sinônimo da categoria. Só que, no seu portfólio, há mais de 200 variações de produtos entre biscoitos, torradas, barrinhas, cookies, rocambole, bolos e bolinhos. Para tentar acabar com o predomínio do Panetone Bauducco na cabeça do consumidor, a companhia resolveu pôr a mão no bolso e fazer a mais cara campanha institucional da sua história.
Com R$ 20 milhões investidos na promoção "bichinhos dos sonhos", a empresa pretende distribuir 600 mil pelúcias que se transformam em travesseiros. "É uma edição limitada", explica o diretor de marketing da Bauducco Paulo Cardamone. A cautela se justifica: a mais bem sucedida campanha do gênero - a dos bichinhos de pelúcia distribuídos pela Parmalat foi criticada justamente pelo excesso. O sucesso foi tal que, na época, o mercado brincava que a Parmalat deixaria de produzir leite para fabricar pelúcias.
"Existe realmente um custo alto de distribuição dessa promoção que, para ser viabilizada, vamos cobrar R$ 9,99, além das cinco embalagens de produto Bauducco, para o consumidor retirar o pelúcia-travesseiro", explica Cardamone. A ação tem início em 17 de agosto e os bichinhos serão distribuídos em cerca de 400 pontos de troca em cidades de Norte ao Sul do Brasil. São seis modelos de pelúcias nos formatos de Elefante, Hipopótamo, Leão, Ovelha, Touro e Vaca.
"Criamos uma campanha que remetesse ao aconchego e à infância e ao mesmo tempo divulgasse nosso portfólio", reforça o diretor. "Vamos avaliar a aceitação e, se for o caso, poderemos até reeditá-la, embora, o final do ano, seja época das campanhas dos panetones".
É bom mesmo ter cautela, afinal, os panetones respondem por 25% do volume de vendas da companhia, que faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado.
Veículo: O Estado de S.Paulo