O executivo Jair Pasquali, diretor de varejo da catarinense Marisol, participou recentemente de uma feira de vestuário infantil, em Florença, na Itália, e voltou impressionado ao País. "Nunca vi tanto interesse dos estrangeiros pelo Brasil", diz Pasquali. Durante o evento, conta ele, foi procurado por vários empresários interessados em trazer suas marcas para o Brasil. "Agora somos o foco do mundo", afirma. O assédio dos estrangeiros acabou produzindo resultados: foi a senha para que o grupo de vestuário, baseado em Jaraguá do Sul, no norte de Santa Catarina, decidisse acelerar seu plano de expansão. Nos próximos cinco anos, a Marisol quer dobrar de tamanho. Dona de cinco marcas, Lilica Ripilica e Tigor T.Tigre, Babysol, Pakalolo, Rosa Chá e Marisol, a empresa tem 300 lojas espalhadas pelo País, entre franquias, próprias e credenciadas, e planeja chegar a 700 pontos de venda até 2015. Na estratégia para crescer deverá predominar o modelo de franquias, adotado pelo grupo em 2000 para expandir as marcas infantis Lilica Ripilica e Tigor T.Tigre, hoje responsáveis por metade do faturamento de R$ 500 milhões em 2009. O grupo emprega 6 mil funcionários e mantém fábricas em Jaraguá, Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul e Pacatuba, no Ceará.
O foco do investimento são as lojas One Store, projeto multimarcas próprio, criado em 2007 para concentrar num mesmo espaço as cinco grifes. Até 2015, o número de lojas One Store deve triplicar para 300 unidades. A Pakalolo, marca de sucesso entre os adolescentes nos anos 1990, adquirida pela Marisol em 2005, também vai ganhar musculatura. Até 2015, deve somar 96 novos endereços aos quatro atuais. A Babysol, voltada a crianças de até dois anos, ganhará mais 80 unidades, chegando a 100 lojas. A Lilica e Tigor, por sua vez, chegarão a 200 lojas até 2014, contra as 160 atuais, de acordo com Pasquali. Além das lojas com sua bandeira, os produtos da Marisol são vendidos em mais de 10 mil lojas multimarcas.
Presente com 16 lojas da Lilica Ripilica e da Rosa Chá na Itália, Portugal, Estados Unidos, Turquia, Guatemala, Peru, Chile, Colômbia e Bolívia, a Marisol vai priorizar sua atuação no mercado interno. Embora o eixo da expansão seja o crescimento orgânico, a empresa não descarta a via das aquisições. "Estamos atentos a marcas que tenham sinergia com o nosso negócio", diz Pasquali, que prevê uma consolidação do setor no médio prazo. Segundo ele, daqui a dois anos, grandes empresas estrangeiras do setor, principalmente as donas de grifes infantis, devem chegar finalmente ao Brasil. Nesse caso, ponto para a Marisol, se conseguir cumprir o plano de expansão anunciado por Pasquali. "Precisamos nos fortalecer agora para enfrentar a concorrência estrangeira depois", diz.
Veículo: O Estado de S.Paulo