Mato Grosso tem condições de aumentar a produção de arroz em até 60% até 2020, passando das atuais 800 mil toneladas para até 1,3 milhão de toneladas.
A estimativa do potencial foi feita pela Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de MT) e é baseada em fatores como a melhora na qualidade dos grãos e o uso da cultura em sistemas de rotação.
Segundo a entidade, no entanto, o crescimento depende da criação de um fundo privado para financiar o investimento em novas tecnologias de produção e dar apoio à comercialização.
O Fundarroz, como foi chamado, foi discutido em Cuiabá em evento que reuniu pesquisadores, produtores e analistas da Embrapa.
"A ideia é que participem produtores, indústria e comércio, cada um contribuindo com um pequeno percentual da produção para fazer o fomento", afirma Rui Prado, presidente da Famato.
Uma segunda reunião será marcada para discutir os detalhes financeiros do fundo, que seria totalmente privado, diz Prado.
"As perspectivas são muito boas. Hoje, a região Centro-Oeste come arroz que vem do Rio Grande do Sul. E isso quando o produto não vem importado da Argentina e Uruguai", diz.
Carlos Magri Ferreira, analista da Embrapa Arroz e Feijão, diz que a expectativa dos produtores mato-grossenses não é exagerada.
Segundo ele, o arroz de terras altas (sequeiro) saiu recentemente de um "longo período de transição" no mercado.
"Esse tipo foi o mais consumido no país até o final da década de 1970. Foi quando o arroz longo e fino, conhecido como agulhinha, passou a ser o preferido", afirma.
Desde então, segundo ele, pesquisas com novas variedades buscaram obter um grão de sequeiro com o mesmo aspecto longo e fino exigido pelo mercado. "Hoje isso já é possível", diz. (RV)
Veículo: Folha de S.Paulo