Fusão com Casas Bahia na reta final

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Globex receberá R$ 3,79 bilhões em ativos da rede varejista controlada pela família Klein.

 

Quase um ano após seu anúncio, e embora ainda esteja sob análise dos órgãos de defesa da concorrência, a fusão entre o grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia entra agora na reta final. As assembleias que vão sacramentar a união dos grupos foram marcadas para o dia 9 de novembro.

 

Como todas as empresas envolvidas possuem controlador definido, os eventos devem ser uma mera formalidade.

 

Segundo analistas, o principal ponto positivo é a sinalização de que não há mais volta nesse negócio. A ação do Pão de Açúcar subiu 1,93% ontem, a R$ 62,69.

 

Os números da Casas Bahia passarão a ser consolidados no balanço do grupo a partir do quarto trimestre de 2010, segundo a companhia.

 

De forma separada, ao fim de junho, a Nova Casas Bahia tinha ativos totais de R$ 3,79 bilhões, conforme laudo de avaliação divulgado ao mercado e assinado pela Ernst & Young.

 

É esse balanço, com um patrimônio líquido de R$ 1,47 bilhão, que será incorporado pela Globex - controlada pelo Pão de Açúcar e que integrará Ponto Frio e Extra Eletro.

 

Esses ativos de R$ 3,79 bilhões referem-se à parcela cindida da Casas Bahia, e não ao que ela era antes de ser dividida para realização da fusão. Entre caixa e aplicações financeiras, a NCB tinha R$ 620 milhões em 30 de junho de 2010. As contas a receber representavam R$ 846 milhões e os estoques somavam R$ 1,27 bilhão.

 

Do lado do passivo, destaque para empréstimos e financiamentos de R$ 635 milhões com vencimento em até um ano e mais R$ 75 milhões de longo prazo. A conta de fornecedores a pagar era de R$ 863 milhões.

 

Conforme a documentação divulgada no domingo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), haverá duas operações importantes para serem aprovadas.

 

De um lado, o Pão de Açúcar aportará R$ 755,5 milhões entre bens e direitos na Globex, com emissão de 47,2 milhões de novas ações. Esse montante será dividido entre R$ 90 milhões relativo ao valor contábil dos ativos do Extra Eletro, R$ 290 milhões em CDBs detidos pela empresa e R$ 375 milhões em créditos a receber de controladas.

 

Em uma segunda operação, que depende da realização desta primeira, haverá a incorporação das ações da Nova Casas Bahia pela Globex. O aumento de capital terá valor equivalente ao do patrimônio líquido da NCB, de R$ 1,47 bilhão, em troca de 151,6 milhões de novas ações da Globex.

 

Ao fim das duas operações, o capital social da Globex será formado por 322,7 milhões de ações. Pela cotação de ontem, a R$ 15 por papel, isso equivaleria a um valor de mercado de R$ 4,84 bilhões. Há que se notar, no entanto, que as ações em circulação representam apenas 1,23% do capital.

 

Na documentação, as empresas mencionam que a PricewaterhouseCoopers apontou valor econômico de R$ 3,47 bilhões para Globex - após o aporte do Pão de Açúcar - e de R$ 3,07 bilhões para NCB. Apesar disso, há a informação de que tanto a incorporação da Nova Casas Bahia como o aporte dos ativos do Extra Eletro (que teria valor econômico de R$ 291 milhões) serão feitas pelo valor contábil.

 


Veículo: Valor Econômico


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