O clima frio que ameaça a produção de algodão da China - maior produtor mundial da pluma - fez com que os preços futuros da commodity negociada na bolsa de Nova York atingissem ontem um novo recorde histórico. Os contratos com vencimento em março - papéis de segunda posição, geralmente de maior liquidez na bolsa - terminaram o primeiro pregão da semana a US$ 1,1931 por libra-peso, alta diária de 500 pontos (4,4%) sobre o fechamento da última sexta-feira.
"Mesmo com esses preços, nós estamos testemunhando uma forte demanda", disse à Bloomberg John Flanagan, presidente da americana Flanagan Trading.
Há dez dias, as cotações do algodão já haviam subido para o mais alto patamar desde que a commodity começou a ser negociada na bolsa de Nova York, há 140 anos. Naquela ocasião, analistas justificaram a forte alta pela demanda chinesa, considera por muitos como "histérica".
Dessa vez, o temor do mercado é que a frente fria que chegou à região produtora chinesa no último fim de semana traga danos à cultura e reduza ainda mais a oferta global, em meio ao aumento da demanda da própria China. Em outubro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) já reduziu em 1,7% em relação a setembro sua estimativa para os estoques finais da safra 2010/11. Em relação ao ciclo anterior, o ajuste já é de 4,3%.
No mercado interno, a segunda-feira também foi de alta. O indicador Cepea/Esalq do algodão para pagamento em oito dias fechou os negócios de ontem valendo R$ 2,2407 por libra-peso, valorização diária de 0,86%. Esse é o maior valor em 12 dias.
Veículo: Valor Econômico