Fornecedoras de computadores e material de informática, como HP, Dell, Positivo e Lenovo, já se preparam para entregar os 3,7 milhões de máquinas ao comércio, em produtos que serão vendidos neste Natal, época na qual as vendas de PCs devem bater recorde, segundo especialistas.
A consultoria Internet Data Corporation (IDC) prevê que o mercado deve fechar este ano com 14 milhões unidades vendidas e superar a marca histórica de 2008, quando foram comercializados 12 milhões de PCs no mercado interno. Em 2009 foram vendidos, aproximadamente 11,2 milhões de computadores, segundo a consultoria.
De acordo com Martin Juacida, analista da consultoria IDC, a tendência é de que nos últimos três meses deste ano sejam vendidos mais de 3,7 milhões de máquinas, com uma tendência de vendas fortes de computadores portáteis. "Sem dúvida notebooks devem apresentar 40% de crescimento este ano", comenta.
Segundo ele, o mercado de computadores deve encerrar 2010 com crescimento de 23%, em uma comparação anual, pelo fato de em 2009 o mercado de computadores ter sentido uma retração de 6,5% ainda por causa dos efeitos da crise econômica. "A prova do aquecimento deste mercado é que nos primeiros seis meses deste ano foram vendidos mais de 7,3 milhões de unidades."
Negociações
Depois de ver suas vendas atingirem 1,4 milhão de unidades de janeiro a setembro e de crescer 10,3% em relação ao ano passado, a Positivo Informática vai apostar em novos modelos de computadores, lançados recentemente.
Segundo o presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg, em entrevista recente ao DCI, a estratégia para disputar mercado com os grandes players internacionais é a produção local de parte dos componentes e das placas usados na montagem dos computadores. "É certo que a gente não vai se aventurar a competir com o chinês que compra cinco milhões de peças de um componente por mês. Mas em alguns modelos podemos ter um projeto todo nosso", disse.
No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a empresa teve receita bruta de R$ 701,9 milhões. No período, a Positivo Informática entregou mais de 521,8 mil computadores no terceiro trimestre; a Positivo Informática, líder do mercado de computadores no Brasil, se mostra animada com a perspectiva de resultados ainda melhores nos últimos meses de 2010. Considerando-se os nove primeiros meses do ano a companhia contabilizou R$ 2 bilhões em receita bruta e R$ 1,7 bilhão em receita líquida.
Preços
Mesmo com o dólar valendo R$ 0,20 menos do que no período de negociações entre os fabricantes e varejistas (setembro e outubro do ano passado), os fabricantes de computadores não veem uma redução drástica nos preços das máquinas no Natal deste ano e pretendem usar a diferença para vender produtos com maior valor agregado.
Na companhia norte-americana Dell, uma das gigantes do ramo e que garante já ter as negociações acertadas, a variação do câmbio deve gerar uma oferta de máquinas com mais funcionalidades do que um ano antes, não uma redução de preços ao consumidor. "Teremos PCs melhores, porém custando o equivalente a um computador simples no ano passado - R$ 2 mil, em média", disse a diretora de Marketing para Canais da Dell na América Latina, Valéria Molina.
Ao perceber que ainda tem uma presença tímida no varejo, a empresa adotou uma estratégia de parcerias com comerciantes, em regiões como o norte e o nordeste, com uma área de vendas para canais. "No sul e no sudeste já temos uma boa cobertura" disse a executiva ao DCI.
Segundo a diretora, as vendas de computadores da marca Dell pela internet (e-commerce) ainda são mais fortes, mas, há uma tendência de um movimento crescente das vendas de PCS da marca em lojas como Casas Bahia, Extra e Carrefour, por exemplo. "É uma área muito importante porque nos coloca mais próximos do consumidor", explica ela.
Software
Com o crescimento do número de computadores em lares e empresas brasileiras, outro mercado que se mostra promissor na área da informática é o de programas (softwares).
Para se ter uma ideia do potencial deste nicho, a Informatica Corporation, uma das principais fornecedoras de tecnologia em software apresentou receita bruta de US$ 161,3 milhões no terceiro trimestre, montante considerado recorde pela empresa, com aumento de 31% com relação aos US$ 123,4 milhões registrados um ano antes.
Considerando-se a venda de licenças, a receita total da empresa foi de US$ 69,8 milhões, um aumento de 40% sobre os US$ 50 milhões registrados no terceiro trimestre de 2009. Já o lucro operacional da empresa no terceiro trimestre, foi de US$ 32,4 milhões, 45% maior que os US$ 22,3 milhões do mesmo período de 2009.
Veículo: DCI