Após amargar prejuízos ao longo de 2010, cotação do produto está em alta.
Os produtores de tomate de Minas Gerais após amargarem prejuízos ao longo de 2010, devido à alta oferta no mercado, o que gerou preços baixos, estão otimistas com os resultados obtidos nos primeiros meses deste ano. Os preços da caixa de 25 quilos do produto estão variando entre R$ 30 e R$ 40. O valor é considerado suficiente para cobrir os custos de produção, que ficam em torno de R$ 12 e R$ 16 dependendo da tecnologia aplicada na cultura.
Para o extensionista da Empresa da Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), escritório de São José da Varginha, na região Central do Estado, José Eustáquio Bortoni, os agricultores do município ampliaram em cerca de 20% a produção para atender a demanda e minimizar as perdas acumuladas em 2010.
No ano passado, São José da Varginha, que é o terceiro maior produtor de tomates do Estado, utilizou uma área plantada de 200 hectares e obteve produção média de 14 mil toneladas. Para este ano estão previstas a produção de 17 mil toneladas do fruto.
"Até o momento, o produtor está lucrando com a atividade e recuperando as perdas resultantes da produção de 2010. A maior aplicação de tecnologia e de tratos culturais adequados também está contribuindo para uma produtividade maior a custos reduzidos", disse Bortoni.
Outro fator que impulsionou os preços foram as chuvas registradas em março em algumas regiões, o que comprometeu a oferta e a qualidade do tomate. Neste caso, os agricultores da região Central de Minas foram beneficiados, já que conseguiram disponibilizar produtos no mercado com qualidade superior.
Cautela - As expectativas dos produtores de São José da Varginha em relação ao restante do ano são cautelosas. De acordo com Bortoni, a orientação da Emater-MG para os produtores é que não amplie a produção entre maio e agosto, época de safra do produto.
"Nesse período dependemos das condições climáticas do Sul do país, que também é produtor. No ano em que acontecem geadas, os produtores mineiros conseguem vender o tomate a preços elevados, porém se o inverno for menos rigoroso, o fruto do Sul do país atende a demanda proveniente principalmente de São Paulo. Nesse caso, o tomate mineiro fica sem mercado e causa prejuízos para os produtores", disse Bortoni.
Uma das apostas para ampliar os rendimentos com a cultura do tomate na região de São José da Varginha é a inauguração do balcão do produtor prevista para maio deste ano. Ao todo foram investidos R$ 450 mil no projeto provenientes de investimentos dos governos federal, estadual e municipal. A Emater-MG é responsável pela assistência aos produtores.
De acordo com Bortoni, a partir de 2012 os produtores do município e região poderão contar com um maquinário próprio para selecionar os tomates, fazer a lavagem e embalar os frutos. "Atualmente toda a seleção é manual. Com a inauguração e o processo mecanizado haverá uma padronização superior do produto, que passará a atender mercados mais exigentes e a preços mais lucrativos", avaliou.
O aumento da rentabilidade também acontece em Araguari, no Triângulo Mineiro. A produção gerada no município é a maior do Estado. Em 2010 foram colhidos cerca de 37,8 mil toneladas de tomates em uma área de 445 hectares. Para 2011 não estão previstos aumento na produção.
Conforme o extensionista da Emater-MG, unidade Araguari, Alberto José de Almeida, os preços pagos pela caixa de 25 quilos de tomate estão em torno de R$ 40, o que gera lucro satisfatório para os produtores. O custo de produção em Araguari é de R$ 15 por caixa.
"Grande parte dos produtores que registraram perdas financeiras em 2010 está conseguindo recuperar os prejuízos. A valorização do tomate se deve principalmente às chuvas registradas no início de março, que comprometeram parte da produção, controlando a oferta e proporcionando preços elevados", avalia Almeida.
A produção de tomates em Minas Gerais chegou a 485,4 mil toneladas em 2010, o Estado responde por cerca de 13% da safra nacional, perdendo apenas para Goiás e São Paulo. A principal região produtora é a Central, que responde por 26,5% da produção mineira. Os principais mercados atendidos são Belo Horizonte e São Paulo.
Veículo: Diário do Comércio - MG