Cadeia do leite: destaque na geração de empregos

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Setor se encontra em franca expansão.

 

A cadeia leiteira em Minas Gerais é uma das que mais gera empregos no setor privado, segundo o levantamento elaborado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Associação Leite Brasil). De acordo com os dados da entidade, são cerca de 1 milhão de vagas somente no Estado, o que corresponde a 25% dos empregados da cadeia em todo o país.

 

A expectativa é que o número de empregos seja ampliado ao longo dos próximos anos, porém para que isso ocorra será necessário o maior apoio do governo na construção de vias de acesso às unidades produtoras, na melhoria da infraestrutura de transporte e na assistência técnica e de capacitação da mão de obra.

 

De acordo com presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, Minas Gerais possui o maior número de vagas devido ao Estado responder por mais de 50% da produção de leite no país.

 

Os dados levantados sobre o Brasil apontam que as atividades relacionadas ao leite ao longo do ano passado, como produção, industrialização e transporte, foram responsáveis pela ocupação de 4 milhões de trabalhadores nas diferentes etapas da cadeia produtiva do leite.

 

A etapa de produção do leite responde por grande parte desse contingente, com um total de 3,8 milhões de trabalhadores distribuídos em aproximadamente 1,2 mil propriedades leiteiras. No país, cerca de 90% dos laticínios são de pequeno porte.

 

Já os segmentos de industrialização e transporte da cadeia do leite contribuem com 200 mil postos de trabalho, gerados em cerca de 2 mil laticínios inspecionados pelos órgãos oficiais. De acordo com Rubez, os números colocam o segmento em primeiro lugar no ranking de empregabilidade do setor privado no Brasil, com 45% e 50% de trabalhadores a mais do que os dois setores seguintes, construção civil e têxtil, respectivamente.

 

Tendência - Segundo Rubez, o aquecimento do mercado de leite no país, devido ao aumento da renda da população e da demanda aquecida por produtos de maior valor agregado, como queijos e iogurtes, deverá impulsionar o número de trabalhadores especializados no setor. "A tendência para o setor é de crescimento, porém é preciso investir na capacitação da mão de obra que hoje já é insuficiente", disse Rubez.

 

A produção de leite em Minas Gerais encerrou 2010 com incremento de 5% frente ao volume gerado em igual período de 2009, alcançando cerca de 7,8 bilhões de litros. O desempenho positivo foi resultado do aumento da demanda, principalmente por produtos com maior valor agregado.

 

O bom momento vivido pelo mercado de leite também foi observado nos resultados no país. As fazendas nacionais produziram 30,6 bilhões de litros de leite em 2010, volume 5% superior a 2009, quando foram 29,1 bilhões de litros. Com isso, Brasil atingiu a 6ª posição no ranking dos maiores produtores do mundo.

 

Pelo menos 90% das propriedades leiteiras do país são compostas por pequenos pecuaristas, esses são responsáveis pelo volume diário máximo de 100 litros de leite, o que representa 18,9% da produção total de leite do país.

 

"Diante do crescimento da produção é essencial que o produtor continue investindo na qualidade e no sistema de produção. Além disso, tanto o pecuarista como a indústria precisam ter condições de produzir e escoar o leite de forma ágil, mas reduzindo os níveis de perdas, o que favorece a lucratividade", disse Rubez.

 

Norma - Uma das preocupações do segmento se refere à Instrução Normativa 51, que a partir de 1º de julho passará a vigorar exigindo parâmetros de qualidade rigorosos. O aumento da qualidade do produto é considerado essencial, porém, para Rubez, a maioria dos produtores, por serem de pequeno porte, terá dificuldades de atender às exigências, o que poderá inviabilizar parte da produção no Estado.

 

"O pequeno produtor precisará de suporte para se adaptar às regras, mas até o momento a assistência do governo é insuficiente. Atualmente encontramos propriedades onde a falta de energia elétrica é constante. Além disso, as condições precárias das vias de acesso às propriedades em períodos de chuva impedem que o leite seja recolhido. Para que o governo federal exija novas regras, é preciso que exista assistência aos produtores", avalia Rubez.

 

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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