As gôndolas de supermercados e lojas de conveniência serão recheadas a partir deste mês com um sanduíche congelado de hambúrguer de 200 gramas, 33% maior que a média dos concorrentes, que só de carne, da marca premium Bassi, terá 100 gramas. O lançamento do Mega Hit Yankee Burger, da Seara, segue a tendência de alta no mercado de lanches prontos, que nos últimos doze meses aumentou 40%, para 16 mil toneladas, segundo dados Nielsen citados pela empresa.
"O consumo de sanduíches foi o que mais cresceu no nosso portfólio de produtos industrializados, que soma cerca de 350 itens", diz Antonio Zambelli, diretor de marketing da Marfrig, dona da Seara. A participação da Seara no segmento de lanches prontos aumentou de 1,9% em 2009 para 10,5% este ano em volume. Nas próximas semanas, uma campanha da Africa deve anunciar o produto. O público-alvo do Mega Hit Yankee Burger são adolescentes e adultos até 35 anos.
O movimento em torno dos lanches prontos sinaliza a nova fase vivida pela Marfrig, uma das maiores produtoras de carne bovina do mundo. Pela primeira vez, a empresa deve encerrar 2011 com a maior parte das suas vendas provenientes de produtos industrializados, com destaque para os lanches e pratos prontos. No ano passado, 50% da receita líquida de R$ 5,3 bilhões veio da fatia dos industrializados, contra 35% do ano anterior.
É uma nova fase da companhia, que há dois anos anunciou a compra da Seara, que desde 2005 estava com a Cargill e, no ano passado, adquiriu a americana Keystone, voltada ao setor de alimentação fora do lar ("food service"). As iniciativas da Marfrig buscam fazer frente ao poderio da BR Brasil Foods em industrializados, dona das marcas Sadia e Perdigão. Em lanches prontos, por exemplo, a Sadia é líder absoluta, com a linha Hot Pocket.
"Com essas aquisições, a Marfrig mudou definitivamente o seu perfil, de fornecedor de produtos in natura para fabricante de alimentos", diz Zambelli. Nada mal para a empresa que começou como um frigorífico, fornecendo cortes de carne para restaurantes em São Paulo. "É natural que o percentual dos produtos industrializados na receita cresça ainda mais a partir de agora, assim como a fatia desses produtos na rentabilidade da Marfrig", afirma o executivo.
Este ano, além de lanches prontos, a empresa aumentou seu mix de empanados e lasanhas, criou uma linha de frios fatiados e está lançando uma mortadela italiana, da marca Mabella. "Reforçamos nossa aposta no mercado gourmet, outro vetor de crescimento da companhia, ao lado dos produtos de conveniência e dos produtos de apelo saudável", diz Zambelli.
Segundo o executivo, entre setembro de 2010 e agosto de 2011, foram consumidas no país 1 milhão de toneladas de frios - quase 20% do volume foi de mortadelas. "E 20% desse total vêm das mortadelas especiais, um segmento no qual ainda não tínhamos nenhum produto", diz Zambelli. O preço das mortadelas premium é, em média, 35% superior ao das tradicionais.
Em relação aos produtos de apelo saudável, a companhia deve anunciar novidades nos próximos meses. Em 2010, a Marfrig levou ao mercado a linha light da Seara, com redução de 25% de sódio.
Veículo: Valor Econômico