SP estuda plantar café robusta

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Aumento da demanda e bons preços despertam interesse de cafeicultores paulistas, tradicionais produtores de arábica

 

Fernanda Yoneya

 

Estimulados pela demanda crescente da indústria, cafeicultores paulistas estudam iniciar o cultivo de café robusta (conillon) no Estado, tradicional produtor de café arábica. Cultivado no Espírito Santo, Rondônia e Bahia, o café robusta, mais rústico que o arábica, é de clima quente e úmido e indicado para temperaturas entre 22 e 26 graus. Hoje, no País, existem aproximadamente 4,3 bilhões de cafeeiros da variedade arábica e 1,9 bilhão de cafeeiros robusta, conforme o Instituto Agronômico (IAC-Apta), da Secretaria de Agricultura de São Paulo.

 

“O consumo de conillon pela indústria está aumentando e os preços estão bons”, diz o pesquisador Roberto Antonio Thomaziello, do IAC. Segundo ele, o café conillon, já utilizado pela indústria de café solúvel, tem rendimento industrial maior que o arábica. “Agora, há interesse da indústria de café torrado e moído em usar o conillon para fazer blends com o arábica.”

 

Além disso, os produtores estão animados com os bons preços, a alta produtividade em lavouras irrigadas e com o menor custo de produção do robusta em comparação com o arábica. A saca beneficiada de conillon está cotada em R$ 215, aproximadamente. “Nunca chegou a esse preço. Com o arábica em R$ 250 a saca, como está hoje, o conillon era cotado em R$ 120/saca.” No Espírito Santo, em lavouras altamente tecnificadas, com irrigação, a produtividade do conillon chega a 80 sacas/hectare, ante 50 sacas/hectare obtidas em lavoura irrigada de arábica. O custo médio de produção do conillon é de R$ 115 a R$ 120 a saca beneficiada, ante R$ 200 a saca beneficiada do arábica.

 

Thomaziello destaca, porém, que os sistemas de produção do arábica e do conillon são completamente diferentes. “O manejo do conillon é muito diferente. Tem de fazer poda e a exigência em mão-de-obra é muito maior porque a colheita é manual”, explica. No mês passado, o IAC realizou curso de atualização em café que abordou, justamente, o cultivo de café robusta em São Paulo. “O objetivo foi discutir com produtores e agrônomos a viabilidade do cultivo no Estado”, afirma. “Quem tiver interesse em iniciar o plantio do conillon no Estado deve começar devagar, de preferência em área pequena”, aconselha o pesquisador.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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