Para se recuperar da invasão de produtos chineses, a indústria têxtil brasileira deveria, na análise do governo, investir em produtos sustentáveis e design diferenciado. Essas seriam vantagens estratégicas para conquistar nichos de mercado que não possuem conflito com os produtos asiáticos.
A previsão é que o consumo interno de produtos de vestuário suba 2,3% neste ano em relação a 2010. No ano passado, a média de compras foi de 14,7 quilos de produtos para cada brasileiro, salto em relação a 2009, quando o número era de 12,8 quilos. A média brasileira é também superior à mundial, de 10,3 quilos por habitante, segundo dados de 2009. Essa expansão da demanda, porém, não será suprida pelos produtos nacionais. A participação dos importados deve subir de 28% para 29% entre 2010 e 2011.
Se o Brasil quiser ganhar pontos nessa briga investindo em "produtos verdes" é preciso, antes, conscientizar os consumidores sobre as vantagens de adquirir essas peças. Para mais da metade (56,7%) dos entrevistados de uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) a sustentabilidade tem peso zero na hora de decidir se leva ou não uma peça.
Segundo a coordenadora-geral das indústrias intensivas em mão de obra da Secretaria do Desenvolvimento da Produção do MDIC, Talita Saito, o ministério, em parceria com o setor privado estuda medidas para reverter a opinião dos brasileiros de que os produtos sustentáveis são sempre mais caros. O estudo mostrou que não chega a 30% aqueles que costumam olhar as etiquetas das peças de roupa para saber a origem do produto.
Veículo: Valor Econômico