Para este ano, a aposta de analistas e players do mercado varejista é de que as prateleiras estejam recheadas de tablets (computador em formato de prancheta) e smartphones para comemorar o dia 25 de dezembro. Na época mais aguardada do varejo nacional, os shoppings brasileiros se mobilizam para não deixar escapar um detalhe para as vendas de Natal, desde a decoração até as novas formas de fidelizar o consumidor. Mesmo com a estimativa de vendas apontarem crescimento de 5% este ano, ante a um crescimento amplo, na casa dos 13% em 2010, os principais nomes desse mercado se apoiam na perspectiva da tecnologia.

"Há a expectativa de que os portáteis como DVDs, Blu-Rays e celulares representem as vendas do setor, mas se ano passado o consumidor comprou uma TV de plasma, pode ser que neste ano ele decida por uma marca mais popular", diz o consultor de Varejo Igor Paparoto. Outro indicativo vem da pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar), em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), os consumidores brasileiros estão mais propensos a comprar eletrônico este ano, segundo o balanço, 16,4% dos entrevistados querem comprar algum item de informática, seguido dos eletroeletrônicos, com 14% e artigos de filme e fotografia, com 11,4%.

"É provável que tenhamos um Natal de eletroeletrônicos, o brasileiro já criou o hábito de renovar aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos. Podemos esperar também uma grande onda de venda dos tablets e celulares inteligentes, que hoje são o sonho de consumo de grande parte da população", diz o professor Gilberto Braga, do Ibmec-RJ.

Ainda não há números concretos que estimem o crescimento do setor para este ano, mas os malls já começaram o processo de estoque de produtos da categoria eletrônicos que, para a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) deve ser um dos itens que puxarão a alta de 6,5% nas vendas projetadas para o final deste ano. O tíquete médio para o período vai ficar entre R$ 85 e R$ 125. Em 2010 o crescimento das vendas de eletrônicos nos centro de compras cresceram acima da média de 13%, chegando a 17% e encabeçando a alta do setor. "Este ano, com a febre dos computadores de mão e celulares inteligentes, esse número deve crescer ainda mais e balancear as vendas em setores que percam força este ano", estimou Maria Luiza Fernandes, que atua como professora de economia da Universidade Paulista (Unip).


Outras ações

Para trazer o cliente aos shoppings, as administradoras não perderam tempo em caprichar na decoração. Este ano, os 776 shoppings brasileiros devem investir uma média de R$ 450 milhões em decorações natalinas, o que representa 7% a mais que o registrado em 2010. "Existe a tendência de um Natal bom, talvez não espetacular, mas bastante positivo, os consumidores passaram este ano na expectativa de que a crise internacional faria escravos no Brasil, mas como não fomos afetados, a tendência é das pessoas se lançarem ao consumo", diz Braga.

Na zona leste da capital paulista, o Central Plaza Shopping, integrante do Grupo Savoy, investirá R$ 1,5 milhão, sendo R$ 700 mil destinados a decoração. Para o superintendente Fábio de Sousa Médici, a expectativa é de que o aumento de público chegue a 12% e um incremento de vendas de 13% ante 2010. O otimismo deve-se à passarela da estação de metrô Tamanduateí, que faz ligação com o shopping. "O fluxo do metrô chega a 7 mil pessoas por dia, estamos apostando na influencia deste caminho para que as vendas deste ano sejam ainda melhores", diz. Já a General Shopping, uma das maiores no remo de shopping centers do Brasil, espera para este ano um aumento de 15% de público, com crescimento de vendas dentro do que prevê a Alshop .

O grupo aposta 8% em ações de marketing acima do investido no ano passado. "Vamos fazer sorteios de R$ 10 mil em barras de ouro no Internacional Shopping Guarulhos, um carro zero km e máquinas fotográficas no Shopping Light, localizado no centro de São Paulo, além de uma viagem com acompanhante para Cancun, no Suzano Shopping", detalha Alexandre Dias, diretor de Marketing e Varejo da rede.

Também em São Paulo, o Shopping Eldorado disponibiliza mil vagas para temporários neste fim de ano, 72% a mais que o ano passado. Segundo o superintendente Fernando Rheingantz, o shopping investiu mais que o dobro em ações de marketing e espera um fluxo de clientes 12% a mais em relação a 2010. Para ele, o atual processo de redução da taxa básica de juros deve começar a produzir efeitos positivos para as vendas. "As pessoas devem começar a comprar os presentes à vista e antecipadamente com o 13º salário, apesar das facilidades, como dividir as compras em até 10 vezes", afirma.


Veículo:DCI