O preço do tomate vai gerar mal-estar no consumidor. Em apenas uma semana, o preço do fruto subiu 44,90%, passando de R$ 2,94 para R$ 4,26. A escalada nos preços puxou para cima o preço da composição mensal da cesta básica em R$ 3,59, medida pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André. O grupo de 34 itens agora custa R$ 368,83, contra R$ 365,24 de sete dias atrás.
Não é apenas na comparação semanal que houve alta nos preços. Se comparado com o valor de há um ano, o custo do tomate foi impulsionado em 161,3%. Isso significa que na época o consumidor desembolsava apenas R$ 1,63 para comprá-lo.
CULPA DO TEMPO - O engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, afirmou que a variação de preços entre os hortifrúti, além de puxar para cima o custo da cesta básica (que há 12 meses estava menos de R$ 1 abaixo do valor atual), costuma sofrer variações constantes por conta do clima. "Houve chuvas de granizo no mês passado, em Sumaré, interior de São Paulo, que é importante região produtora", afirma o engenheiro agrônomo. Ele acrescenta que comerciantes da Craisa compram produtos da região afetada.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Econômica Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, apontam que haverá início de safra neste mês. Contudo, haverá 7% menos espaço disponível para o plantio nesta safra, que se estende até o ano que vem.
A Cepea explica que houve menos investimentos no cultivo do tomate por conta da dificuldade em se achar mão de obra para as lavouras. Além disso, produtores estão insatisfeitos com os resultados obtidos nos últimos anos. Esses fatores devem fazer o preço ficar em alta no ano que vem.
"Daqui para frente deve encarecer ainda mais, porque é época de chuvas e existem chances maiores de os produtores terem prejuízo", prevê De Benedetto. A expectativa é de que o pico da safra seja atingido em fevereiro, quando 6 milhões de pés devem ser colhidos.
Outra elevação que também ajudou a puxar o custo dos hortifrúti e, consequentemente da cesta básica, foi o quilo da banana, que ficou 8,12% mais cara (foi o segundo produto que mais encareceu no período), passando a custar R$ 2,13, contra R$ 1,97.
QUEDAS - A maior queda da cesta nesta semana foi do quilo da laranja-pera, ao recuar de R$ 1,46 para R$ 1,23 - o que corresponde a diminuição de 15,75% no valor. A batata foi o segundo item que mais barateou, caindo 7,77% o quilo, de R$ 7,08 para R$ 6,53; o que não foi suficiente para amenizar as altas do tomate e da banana no conjunto do grupo, que ficou 3,58% mais caro na semana.
O arroz teve variação negativa (2,27%) - o preço do pacote de cinco quilos passou de R$ 6,62 para R$ 6,47. O feijão ficou com o preço praticamente estável no período, encarecendo 0,41% (a R$ 2,45 o quilo). E ambos os cortes bovinos encareceram; a de primeira ficou 0,77% mais cara, 15,67, e a de segunda, R$ 10,90 (aumento de R$ 2,83).
Veículo: Diário do Grande ABC