Há dois anos o varejo brasileiro assiste a um forte movimento de consolidação. Neste cenário, três empresas dividiram o papel principal: Pão de Açúcar, Máquina de Vendas e Magazine Luiza. A companhia de Abilio Diniz deu o pontapé inicial com a compra do Ponto Frio, em junho de 2009, e o grupo Pão de Açúcar retomou o posto de maior varejista do país, deixando o Carrefour na segunda posição.
Seis meses depois, também anunciou a fusão do Ponto Frio com a Casas Bahia, então líder no comércio de eletroeletrônicos.
A negociação levou seis meses para ser concluída. A família de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, ficara insatisfeita com alguns termos do contrato. No final, Diniz conseguiu contornar a situação e levou 51% da Globex, que uniu Ponto Frio e Casas Bahia.
A concorrência agiu rápido. Em março de 2010, época em que Diniz e os Klein ainda tentavam se entender, a mineira Ricardo Eletro e a baiana Insinuante se uniram na Máquina de Vendas. Algum tempo depois a empresa atraiu outras duas varejistas para o portfólio: City Lar e Eletroshopping. Juntas, as redes devem faturar R$ 7,2 bilhões em 2011. Agora, para se dizer uma empresa de atuação nacional, só falta conquistar o Sul do país. O Magazine Luiza não ficou de fora. Em um ano, comprou duas varejistas, a nordestina Lojas Maia e a rede Baú da Felicidade, do apresentador Silvio Santos. Também abriu o capital e levantou R$ 926 milhões em sua oferta pública inicial.
Apesar de diversas negociações bem-sucedidas, o mercado também assistiu a uma intensa disputa que, pelo menos por enquanto, não teve definição. Trata-se da tentativa de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour. Uma estratégia de Diniz que ganhou o apoio do BNDESPar e do BTG Pactual, mas que parou no grupo francês Casino, sócio de Diniz no Pão de Açúcar, que não gostou da ideia.
Veículo: Brasil Econômico