Cadeia do leite investe em tecnologia

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Produtores buscam adaptação às novas normas de qualidade, que entram em vigor no próximo mês.


A necessidade de aprimorar a qualidade do leite produzido em Minas, para o produto se adaptar às novas regras estabelecidas pela Instrução Normativa 51 (IN 51), tem feito a cadeia leiteira investir cada vez mais em tecnologia. Com o objetivo de difundir as vantagens e formas de se adequar, foi realizado ontem, em Belo Horizonte, um workshop sobre Inovação Tecnológica em Leite e Derivados.

De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, representantes do sindicato, universidades e indústria lácteas, em conjunto com o Polo de Excelência do Leite, com sede em Juiz de Fora, na Zona da Mata, têm trabalhado fortemente para aumentar a qualidade do leite produzido no Estado, o que é feito através do treinamento e capacitação dos ordenhadores e técnicos empregados na indústria.

"A partir de 1º de janeiro, as novas regras estabelecidas pela IN 51 passam a ser cobradas, por isso estamos desenvolvendo um amplo trabalho no Estado, com o intuito de ampliar a qualidade dos lácteos produzidos em Minas. As vantagens beneficiam toda a cadeia, desde o produtor que recebe a mais pelo leite de qualidade, passando pela indústria, que consegue maior rendimento e tempo de conservação dos produtos na prateleira, até os consumidores, que terão acesso a produtos de alta qualidade", diz Moreira.

De acordo com as informações do Silemg, durante o evento foram discutidos e apresentados os resultados das indústrias que implementarão o Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL).

Ações simples e praticamente sem custos adicionais para os produtores, como a maior preocupação com a higiene durante a ordenha e a qualidade da água utilizada na limpeza dos equipamentos, contribuem para reduzir a contaminação e a presença de bactérias no leite. A medida é considerada fundamental para que o produto se encaixe nos novos padrões de qualidade.

Os novos parâmetros estabelecidos pela IN 51 são considerados altamente rigorosos e difíceis de alcançar, devido às condições climáticas das regiões produtoras no país. Por isso, os pecuaristas de leite do Estado precisam de auxílio para se adaptarem às novas exigências da instrução.

Atualmente, as regras exigem a presença máxima de 750 mil unidades de células somáticas por mililitro e também de 750 mil unidades na contagem bacteriana total. A partir da implementação da IN 51, em janeiro de 2013, será exigida uma contagem, no máximo, de 400 mil unidades de células somáticas por mililitro e 100 mil unidades na contagem bacteriana.

"Vamos avaliar os resultados do workshop e, se acharmos interessante, poderemos ampliar a realização do evento, incluindo os produtores e estendendo para todas as regiões produtoras do Estado", revela Moreira.

Durante o workshop foram apresentadas as ações coordenadas pelo Polo do Leite, dando ênfase aos resultados do SMQL, programa em fase de implantação em Minas e que visa fomentar a melhoria da qualidade dos produtos lácteos.

A preocupação com o aumento da qualidade na produção do leite conta com o apoio e o estímulo das iniciativas públicas e privadas. Minas, por ostentar a maior bacia leiteira do Brasil, tem seus produtos reconhecidos mundialmente. De acordo com Moreira, o diálogo constante entre governo estadual e indústria tem contribuído de maneira relevante para o desenvolvimento do setor.

"Várias medidas políticas foram tomadas nos últimos anos para estruturar um mercado sólido no Estado. A cadeia produtiva do leite ganhou um programa permanente de debate e desenvolvimento, o Fórum do Leite, e ações pontuais, como o workshop, que pretendem trazer segurança para os produtores e para o consumidor final", acrescenta Moreira.

Um dos principais pontos que ainda sem solução no Estado é a melhoria do acesso às fazendas produtoras de leite. De acordo com Moreira, a falta de infraestrutura pode provocar perda de 100% da produção. Nas áreas rurais, durante o período de chuvas, a situação é ainda mais complicada. O leite in natura pode ser conservado refrigerado por até 48 horas. Após este período, deve ser descartado.

"Com a chegada do período chuvoso e o comprometimento das estradas, em muitas fazendas a captação do leite pelas indústrias é impossibilitado, gerando prejuízo para os produtores. Nosso objetivo futuro é, através do Fórum do Leite, reivindicar investimentos na melhoria dessas estradas", complementa.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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