O aumento dos investimentos na melhoria do manejo e na qualidade genética do rebanho tem contribuído para incrementar o preço pago ao produtor pelo leite em Minas Gerais e demais estados produtores. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Associação Leite Brasil), entre janeiro de 2009 e o mesmo mês de 2012 o preço médio do produto aumentou 35%.

Segundo o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, a entidade realizou um estudo que constatou que, nos últimos quatro anos, o número de produtores que recebem acima da média cresceu significativamente. No período, a valorização observada no preço médio foi superior à observada nos preços máximos praticados, o que mostra a melhoria da qualidade final do leite.

De acordo com o levantamento, esse fenômeno vem ocorrendo em função de uma mudança no sistema de cálculo para bonificação, que passou a levar em consideração a qualidade do produto final, além do volume produzido.

Segundo os dados da entidade, em janeiro de 2009, o valor máximo pago pelo litro de leite era R$ 0,95, enquanto a média estava em R$ 0,59. Já em janeiro de 2012, o preço máximo do litro foi R$ 0,98, enquanto a média passou para R$ 0,80, um aumento de 35%.

"Isso significa que, em janeiro deste ano, os produtores que receberam o preço máximo pelo litro ganharam até 22% a mais dos que receberam o valor médio.  um prêmio para quem desenvolve o negócio com profissionalismo, independente do volume produzido", explica Rubez.

Além da melhoria de qualidade, houve um aumento na escala de produção. No Brasil, o número de produtores de leite com produção média diária superior a 200 litros passou de 34 mil, em 2006, para 44 mil em 2011, um aumento de 30%.


Bonificação - Com a maior valorização da qualidade final do leite os pecuaristas têm investido em meios que alavancam quesitos importantes no cálculo do preço do produto, como a presença de proteína, matéria gorda, higiene e indicadores de saúde das vacas. O resultado é o aumento do valor da remuneração paga ao produtor.

"Há 15 anos, a maioria dos laticínios bonificava apenas pelo volume. Hoje, o que se prioriza é a qualidade do produto final, em função da valorização da proteína e da matéria gorda. Produtores que privilegiam animais com genética voltada para produção de sólidos também ganham", disse Rubez.

Um dos principais itens que tem garantido maior lucro para os pecuaristas é o investimento na melhoria da qualidade genética do rebanho. Além de produzir leite de melhor qualidade, a genética favorece o aumento da produtividade das fazendas, contribuindo para a redução dos custos.

"Os produtores que nos últimos anos vêm investindo na ampliação da qualidade do leite, não terão dificuldades em atender as exigências da Instrução Normativa 51. A iniciativa é fundamental para que o produto que chega ao mercado seja de alta qualidade".

Para 2012 as expectativas são positivas. Após enfrentar crescimento de apenas 1% em 2011, a produção de leite no país deverá retomar o ritmo de crescimento observado em anos anteriores. A previsão é crescer pelo menos 4% em 2012. Minas Gerais, maior bacia leiteira do país, deverá acompanhar a evolução. A produção de leite no Estado encerrou 2011 próxima a 7,8 bilhões de litros. Para este ano, a produção brasileira deverá alcançar 32,3 bilhões de litros.



Veículo: Diário do Comércio - MG