Festa da Páscoa diversifica vendas nos supermercados

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O bacalhau continua sendo um dos produtos mais vendidos no período. Tradição de mesa farta garante alta no faturamento.


A poucos dias da Páscoa, os ovos de chocolate não são os únicos responsáveis por aumentar o movimento nos super e hipermercados. Isso porque a celebração da data, neste ano em 8 de abril, pede um almoço especial, com comidas e bebidas típicas da época. Os principais estabelecimentos já reforçaram os estoques de bacalhau e outros produtos envolvidos em seu preparo - azeite, azeitona, batata, cebola e pimentão. Além deles, pescados em geral, pães e vinhos também são muito procurados. Esses itens impulsionam os negócios e aumentam os lucros, sobretudo nas duas semanas que antecedem a comemoração.

A rede Supernosso, com 14 lojas em Belo Horizonte, percebe que, com relação aos demais meses do ano, a venda de peixes em geral cresce 30%. Já especificamente para o bacalhau, este número chega a 40%. O Supernosso ressalta outro produto que, em decorrência da Quaresma, não costuma parar nas prateleiras: as cervejas sem álcool. Segundo Hamilton Dias de Almeida, gerente de negócios da rede, as vendas da bebida aumentam em 20% entre a quarta-feira de cinzas e a Páscoa.

Como em 2012 a data volta a cair no início do mês, período em que o consumidor tem mais dinheiro para gastar, as expectativas dos supermercados não poderiam ser melhores. Em relação a 2011, o Supernosso espera vender 30% a mais de bacalhau e 20% de pescados em geral. O otimismo se estende à batata, à cebola e ao pimentão, cujas vendas devem aumentar em 20%, 15% e 10%, respectivamente. Já a venda dos azeites deve crescer 20%.

Quem compartilha esse entusiasmo é a rede de supermercados ABC, presente em dez cidades do interior. "Investimos bastante na Páscoa, pois acreditamos que temos potencial para superar em muito o lucro de anos anteriores", afirma Edmar Cardoso, gerente de marketing. O objetivo, segundo ele, é aumentar as vendas de 15% a 20%, em relação ao mesmo período de 2011. Para isso, a rede investiu bastante no bacalhau, importado do Panamá.

A fim de evitar problemas, como atrasos na entrega ou falta do produto nos estoques, as encomendas são feitas com seis meses de antecedência. Entre janeiro e fevereiro, ele já começa a ser disponibilizado ao consumidor em quantidades maiores. Apesar de ter começado a sentir um aumento, ele enfatiza que a maioria deve começar a fazer as compras para o almoço de Páscoa a partir do próximo fim de semana. "O brasileiro mantém o habito de deixar tudo para a última hora", afirma.

Já o Verdemar espera incrementar os negócios no período da Páscoa em 8%. "Nos demais meses do ano, com exceção de dezembro, o bacalhau não tem uma venda significativa. Como somos referência na comercialização do produto, investimos na importação do bacalhau norueguês Lofoten, um tipo diferenciado. Para tornar o preparo mais fácil para o cliente, ele já vem dessalgado e congelado", diz Antônio Celso Azevedo, superintendente comercial e de marketing.

Nesta época, é também possível encontrar na padaria do Verdemar itens que apelam para a criatividade e fogem um pouco do tradicional. Entre eles, estão as tortinhas, pizzas e folhados, todos de bacalhau. Com o objetivo de incentivar o consumo da carne, o supermercado promove o 8º Festival do Bacalhau Verdemar. Nesta edição, a competição conta com um diferencial: o concurso Bacalhau à Brasileira, no qual os participantes devem elaborar receitas combinando o bacalhau e ingredientes tipicamente brasileiros. Ao final, dez receitas serão escolhidas para compor um livreto especial, que será distribuído entre os clientes do estabelecimento.

Ao contrário dos demais, no Carrefour o item de peixaria mais vendido durante a Páscoa não é o bacalhau, mas sim o filé de merluza. Até o próximo dia 8, a rede espera comercializar em todo o país 5 mil toneladas de pescado, incluindo o camarão e o kani kama. Para aqueles que preferem não fugir da tradição, o hipermercado oferece um estoque de 800 toneladas de diferentes tipos de bacalhau. Outro item que não pode faltar na ceia é o vinho. Em Minas, o Carrefour identificou que a preferência do consumidor é pelo produto branco.

Os investimentos do grupo Pão de Açúcar, detentor da bandeira Hipermercados Extra, também vão além dos chocolates. O grupo importou, da Noruega e de Portugal, 2.500 toneladas de bacalhau, número 15% maior em relação a 2011. Os azeites, vinhos e sobremesas também devem contribuir para um balanço positivo. Ainda em comparação ao mesmo período do ano anterior, a rede deve aumentar a venda de azeites em 12%, e de vinhos em 15%. Este número vale também para as sobremesas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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