China ainda atrapalha setor têxtil

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A recente valorização do dólar no mercado brasileiro não afasta o principal problema do setor têxtil, seja na exportação, seja na importação. Para Marcus Schlösser, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Tinturaria e Malharias de Brusque e região (Sifitec), o patamar entre R$ 1,80 e R$ 1,90 "não refresca". Entre outras razões, essa taxa mantém intacta a forte defasagem cambial em relação ao yuan, moeda chinesa, próxima a 50%, diz ele.

Para Schlösser, a desvalorização do real, que colocou nos últimos dias a moeda próxima a R$ 1,90 "não é nada que veio para ficar". Na sua opinião, "não há uma tendência de desvalorização maior que faça o empresário sonhar com algo efetivamente diferente para as vendas no mercado externo". Com essa taxa, avalia, o setor têxtil não deve retomar clientes no exterior, o que poderia ocorrer somente quando a moeda ficasse perto do patamar de R$ 2,20.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, concorda que "nada muda" com a taxa cambial entre R$ 1,80 e R$ 1,85. "A esse nível, o Brasil vai continuar importando manufaturado", diz ele. Na sua avaliação, as empresas não vão sequer passar a retomar contatos para aumento das vendas externas neste patamar. "Ninguém vai arriscar. Vai fazer um ACC [Adiantamento de Contrato de Exportação] a mais, mas ninguém apostará numa estratégia de exportação porque já apanhou tanto que não tem mais coragem".

Boa parte das têxteis do país vinha justamente num movimento contrário, isto é, ampliando as importações, uma mudança na forma de produzir do setor, que dificilmente os empresários acreditam que se voltará atrás com poucas alterações do câmbio.

A Lepper, empresa do ramo de cama, mesa e banho, sediada em Joinville (SC), recentemente, por exemplo, passou a importar produtos semi-acabados e acabados da Ásia com mais intensidade. A exportação, que já foi um pouco maior nas suas vendas, nos últimos quatro anos ficou em irrisórios 1% a 2%. De acordo com Cássio José Dall'agnese, gerente administrativo e de suprimentos da empresa, a taxa cambial a R$ 1,80 não muda os planos da empresa, no sentido de incremento de exportação, pois não traz aumentos relevantes de competitividade externa para isso.



Veículo: Valor Econômico



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