GE e International Paper dão prioridade a aportes no Brasil

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O Brasil continua sendo um mercado estratégico para as multinacionais, principalmente em um momento em que os mercados maduros não projetam crescimento para 2009. Esse movimento não é setorizado, pois duas empresas de diferentes segmentos afirmaram a mesma posição do Brasil - e América Latina - na consolidação de resultados anuais. As norte-americanas International Paper (IP) e a General Electric (GE), com sua divisão de energia, ressaltaram a manutenção de investimentos no País.

 

Lá fora as duas empresas têm passado por dificuldades, muitas dessas causadas pela crise financeira. No caso da IP, que anunciou o fechamento de duas plantas nos Estados Unidos e uma na Europa, irá inaugurar no Brasil sua nova unidade em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, já no primeiro trimestre de 2009. Somente a subsidiária brasileira da empresa é responsável pelo faturamento de US$ 1 bilhão, dos US$ 27 bilhões do total da companhia. Apesar do número ainda pouco representativo, a expectativa é de crescimento da participação. Com a nova unidade, a capacidade produtiva de papel da empresa será acrescida, anualmente, em 200 mil toneladas (em 2009 serão cerca de 140 mil). Com isso, a produção deve chegar a um milhão de toneladas. "Temos agora que finalizar o investimento. A IP já definiu o Brasil como ponto estratégico de sua produção. Aqui se tem vantagem competitiva e ainda é um mercado emergente que continua crescendo fortemente no consumo de papel", afirmou o presidente da companhia no Brasil, Máximo Pacheco. Dos US$ 300 milhões previstos para a nova unidade, cerca de 70% já foi realizado.

 

A expectativa é de um crescimento nas vendas e faturamento aumentando na mesma proporção da produção, ou seja, 20%. De acordo com o diretor financeiro da companhia, Pierre Roulet, a IP está vendendo toda a sua produção mesmo com a redução do volume de compras do exterior, o que foi compensado com o aumento de outros clientes. "Nossa sensação é de que os canais utilizaram seus estoques, assim, alguns clientes já começam a voltar", afirma o executivo.

 

O diretor acredita que alguns fatores indiretos da crise poderão beneficiar a International Paper, como queda do preço da celulose e fechamento de fábricas de papel menos eficientes, que podem aumentar a demanda pelo papel da IP. Com o aumenta da produção no primeiro trimestre, o foco das exportações continua sendo a América Latina. Da produção da empresa, 50% do total é destinado ao mercado externo.

 

GE

 

A empresa que já foi considerada a maior corporação do mundo aposta na continuidade de seu crescimento anual de 25% para o segmento de energia, mesmo com sua retirada no fornecimento de equipamentos para hidroelétricas. A expectativa da multinacional é de manter o mesmo nível de investimentos. Apesar de não revelar valores do orçamento de 2009, que já está fechado, o diretor de Marketing para a América Latina, Marcelo Prado, explica que a General Electric investe cerca de US$ 300 a US$ 400 milhões todos os anos somente nesta unidade de negócios.

 

Na região os países que mostram mais atrativos são o Brasil, México e Peru, principalmente para a geração de fontes renováveis. Entre os motivos, ele cita a tendência de alta dos preços dos combustíveis fósseis - que estão atrelados ao valor do barril de petróleo - e ao aumento das pressões ambientais, que levarão os países a adotarem cada vez mais uma matriz energética limpa. "Nossa expectativa é de que o Brasil seja o próximo grande mercado de energia eólica", afirma Prado. "Temos o leilão específico de 2009 para essa fonte, mas a grande dúvida para mim, como fabricante é da demanda que esse programa irá gerar, se for de longo prazo e com no mínimo três leilões, a indústria poderá se viabilizar", sentenciou o executivo.

 

Apesar dessa tendência a empresa coloca a diversificação de seu portfólio de produtos como a forma de manter o crescimento na casa de dois dígitos. Segundo o diretor, nem mesmo a crise afetou os pedidos da empresa, que foram mantidos. Contudo, ele admite que projetos futuros poderão sofrer apenas alguns atrasos em função do momento, mas como são estruturais e de longo prazo, não devem ser afetados diretamente pela crise econômica. Segundo o executivo, a América Latina é a região na qual a GE cresce mais, a previsão é de alcançar US$ 8 bilhões ou 5% da receita global estimada para 2008.

 

Veículo: DCI


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