Aliada à precariedade das estradas, empresas aumentam os gastos com manutenção.
Com a chegada do período de chuvas mais intensas a situação precária da malha rodoviária do país fica mais evidente. As transportadoras de cargas em Minas, já enfraquecidas pelo desaquecimento nos negócios gerados pela crise financeira internacional terão que enfrentar ainda a elevação nos custos do transporte devido ao estado crítico das estradas.
A segmento deve ter retração de até 30% no volume movimentado neste mês na comparação com igual período do ano passado, segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Ulisses Martins Cruz. Conforme o presidente do sindicato, a queda da produção da indústria automobilística, siderúrgicas e mineradoras pode resultar em demissões a partir de dezembro.
Na Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa Atacadista), que transporta cerca de 9,2 mil toneladas de cargas por mês, a maior parte para o segmento da construção civil e agronegócio, o aumento nos custos do transporte já está sendo contabilizado. "Manutenção dos veículos e troca de pneus são os gastos que mais nos afetam. Mas em alguns casos temos que contratar veículos menores nas cidades aonde os trechos são precários para finalizar a entrega", afirmou o diretor Comercial da empresa, Alberto Portugal.
Segundo ele, as estradas de Minas estão muito longe do ideal e a Tambasa em alguns casos precisa fazer duas viagens para cumprir uma entrega. "Ocorre muito de as estradas ficarem intransitáveis e o caminhão ter que voltar e remarcar a entrega. A empresa tem um custo de duas entregas para fazer somente um serviço", revelou. No entanto, conforme o diretor Comercial, não será feito reajuste no valor dos fretes. "Quem dita o preço é o mercado. Portanto, temos que absorver os gastos", concluiu.
Atalhos - Controlando uma frota de 600 caminhões, entre veículos próprios e terceirizados, a Patrus Transportes Urgentes Ltda. também enfrenta as rodovias em situação crítica de tráfego. "Para algumas entregas no interior do Estado existem trechos que não são pavimentados, qualquer chuva fecha a estrada", reclamou o gerente de Tráfego da empresa, Dangelo Menezes.
De acordo com ele, a empresa faz 2 mil viagens por mês acumulando 1,5 milhão de quilômetros rodados mensalmente. Ele disse que tanto dentro quanto fora do Estado existem caminhões parados ou que precisam aumentar a viagem passando por atalhos, o que eleva os gastos da transportadora. "Pagamos os terceirizados por quilômetro rodado. Com isso aumenta a quilometragem e automaticamente os nossos custos", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - MG