O cardápio de algumas das milhares de pizzarias e lanchonetes em todo o país deve exibir novas opções a partir do ano que vem: recheio de frango com Catupiry light, pizza de quatro queijos light, pastel romeu e julieta light, entre outras delícias enxutas. A Catupiry, dona da marca de requeijão cremoso que se tornou sinônimo de produto, acaba de lançar nos supermercados uma versão com 43% menos gordura e 36% menos calorias, que consumiu dois anos de pesquisa e US$ 2,5 milhões. Para a indústria e o varejo de alimentação fora do lar (food service), a novidade chega em janeiro.
A iniciativa faz parte da estratégia de médio prazo da companhia, de deixar a posição de fabricante de laticínios para ser reconhecida como indústria de alimentos até novembro de 2011, quando completa seu centenário. "A partir do requeijão cremoso light, podemos diversificar muito mais o nosso portfólio e apresentar versões de receitas que já deram certo com o requeijão tradicional", diz Francisco Protta, gerente comercial da Catupiry.
Hoje, 5% da receita da Catupiry vem de outros produtos que não sejam o requeijão tradicional e o requeijão em copo. São itens lançados há um ano no varejo, como pão de queijo, petisco de camarão e bolinha de queijo, que a partir de dezembro recebem versão também para o food service. "Dentro de três anos, nossa meta é que tudo o que não seja requeijão represente 15% do faturamento total, que deve ser de US$ 61,7 milhões este ano", diz Protta, fazendo a conta de 2008 com câmbio a R$ 2,32, o que resultaria em uma receita de R$ 143 milhões. Em 2007, a Catupiry faturou US$ 55 milhões.
Há 15 projetos de novos produtos feitos a partir do requeijão light, que vão de pratos prontos e molhos até patê e sobremesas. A partir da segunda metade de 2009, pelo menos dois deles chegarão ao varejo, tanto na versão light quanto na tradicional. "Veremos como estará a demanda, por conta dos reflexos da crise econômica, para saber com que velocidade apresentar as novidades", diz o executivo. "Mas é certeza que todas estarão nas gôndolas no médio prazo".
Daqui a um ano, a Catupiry espera que a versão light represente 12% das suas vendas no food service, que em 2008 devem somar US$ 34 milhões. Mas a companhia quer mesmo aumentar a participação do varejo na receita, que hoje é de 45%. Para isso, aumentou de 14 para 40 o número de vendedores próprios no Sudeste, seu maior mercado. "A marca tem muito mais visibilidade nos supermercados", reforça o gerente de marketing, Mauro Afanacio, ex-Davene e Vigor, contratado há poucos meses pela companhia. Entre as suas atribuições está a homologação das empresas de food service que usam o verdadeiro Catupiry na composição dos seus produtos.
Em 2007, a fabricante iniciou uma ação contra o uso indevido da sua marca. Até agora, notificou 280 empresas, entre restaurantes e indústrias. Destas, 75% se tornaram clientes, 20% retiraram a marca do menu e outras 5% foram acionadas judicialmente, porque permanecem usando o nome, embora os seus pratos tenham Catupiry "batizado", diz Protta. "Muitas misturam o nosso produto com similares e apresentam como 'Catupiry', usando até a logomarca", diz ele. No ano passado, Habib's e Mister Sheik foram notificados e se tornaram clientes. Segundo Protta, Sadia, Perdigão e Seara, que utilizam Catupiry nos seus produtos, já provaram que o nome é capaz de alavancar entre 25% e 35% as vendas, em comparação à simples indicação de "requeijão cremoso".
Veículo: Valor Econômico