Vagas serão mais escassas na indústria do que no comércio

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Na economia real, a indústria e seus empregos são apontados pela maior parte dos analistas como os mais impactados pela crise. "No plano externo, a crise impõe à indústria a queda nas exportações, devido à recessão nos países desenvolvidos, e no mercado interno também haverá desaceleração", prevê Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.

 

Dados da Pesquisa de Nível de Emprego (PNE) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostram que a indústria paulista demitiu 10 mil trabalhadores em outubro. Tais dispensas estavam previstas apenas para o último bimestre. A entidade apontou redução de 0,13% no nível de emprego em outubro, em relação a setembro, com ajuste sazonal.

 

"O resultado de outubro foi razoável, dada a atmosfera de crise, mas a tendência é de decréscimo para os próximos meses. Estamos à beira de um processo de redução da atividade econômica", diz Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.

 

"O setor que primeiro vai sentir o impacto é a indústria porque depende fundamentalmente da demanda do comércio e da exportação", diz Clemente Ganz Lúcio, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que prevê um horizonte mais definido no mercado de trabalho a partir de março. "A saída do ciclo de férias é importante e pode indicar uma atitude defensiva da indústria".

 

Para a RC Consultores, a indústria paulista deve perder metade do fôlego em 2009. Contra os possíveis 6% de crescimento em 2008, "acreditamos que em 2009 esse indicador fique em 3%", diz o sócio -diretor Fábio Silveira.

 

Perto de 800 mil novos postos de trabalho devem ser gerados no setor dos serviços em 2008, segundo Fábio Romão, economista da LCA Consultores. Para 2009, a expectativa é de cerca de 600 mil novas vagas. O total de novos empregos se equipara ao alcançado em 2005 e 2006. "Os serviços caem 20%, perdem fôlego, mas, considerando o contexto da crise externa e interna, não é um mau desempenho", diz Romão.

 

Para o comércio, é prevista uma freada mais intensa. Frente aos 405 mil cargos criados em 2007, deve-se chegar a 380 mil neste ano. E, para 2009, a expectativa é de 210 mil novos empregos no setor.

 

Nos supermercados, carro-chefe do varejo, as vendas continuam crescendo. Segundo o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em outubro as vendas cresceram 11,48% em comparação ao mesmo mês de 2007. Em relação ao mês anterior, houve uma alta real de 6,62%. No acumulado de janeiro a outubro, o resultado alcançou 9,19%.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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