Teka foca em exportações

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A Teka, ao prever ampliar o percentual de exportação em 2009 para 30% do faturamento, é exemplo de empresa têxtil que aposta no mercado externo como forma de aproveitar o dólar valorizado. A Teka tem 17% de sua receita proveniente de vendas aos Estados Unidos e a países da Europa, América Latina e Ásia.

 

Como há risco de cair ainda mais o consumo nos mercados dos EUA e da Europa, o diretor de Comércio Exterior e de Relações com o Mercado da Teka, Marcello Stewers, afirmou que é preciso buscar nichos com potencial consumidor que justifique investidas internacionais.

 

O executivo não revelou a estratégia da Teka, mas adiantou que o objetivo é ampliar sua participação e fortalecer a marca em mercados dos quais a empresa já participa, como América Latina e Ásia.

 

Segundo o executivo, os produtos do continente asiático tendem a ficar mais caros, enquanto os brasileiros poderão se tornar mais competitivos no exterior devido à redução no preço do algodão e à cotação mais elevado do dólar.

 

Além disso, com as exigências maiores dos importadores europeus de produtos da Ásia, relativa ao tratamento dado aos trabalhadores, as mercadorias saídas daquele continente terão preços que refletirão mão de obra mais cara.

 

"Temos de encontrar nichos de mercado fora do Brasil. É claro que mesmo com a crise, Estados Unidos e Europa ainda são fortes destinos para exportação", afirmou Stewers, para quem a Teka terá crescimento de vendas, em 2009, pouco acima do patamar de 3,5%.

 

Stewers tem perspectivas semelhantes para o mercado têxtil nacional. Diferentemente de boa parte da cadeia produtiva, explicou, o setor têxtil não vinha em bom ano no início de 2008.

 

Câmbio: Segundo ele, a baixa cotação do dólar frente ao real estava prejudicando o setor, marcado historicamente pela força nas exportações. O alto preço das commodities e a concorrência dos produtos asiáticos estavam fazendo as empresas têxteis amargarem um mau momento nos primeiros trimestres de 2008.

 

"O setor já vinha sofrendo antes da crise. Agora, com o dólar em alta, surge a oportunidade de retomada das exportações. Fora isso, o algodão mais barato fará com que as importações da Ásia diminuam, liberando mercado que estava reprimido. Já tivemos percentuais de exportação acima de 35% e tivemos que baixá-lo. O impulso das vendas ao exterior permitirá que o mercado têxtil tenha em 2009 desempenho melhor que o desse ano", acrescentou Stewers.

 

O executivo disse acreditar que o cenário de vendas locais será de grande competição, mas que a crise não será agente redutor de consumo de produtos têxteis tão grande quanto se imagina. "O mercado existe e está consolidado, ele não vai parar com a crise. Em tempos difíceis, as pessoas deixam de trocar de carro, de TV. Produtos básicos, de consumo mais simples, continuarão vendendo", disse.

 

A empresa garante que não sofrerá problema algum com crédito. O programa de investimentos da companhia foi concluído este ano.

 

"Não temos nenhum investimento programado para 2009. Já fizemos todos os que deveríamos ter feito", disse Stewers.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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