Varejistas contornam problema com promoções

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As empresas dos segmentos de comércio, alimentos e bebidas costumam sofrer mais como aumento no nível de estoques. Apenas no segmento do comércio, os materiais acumulados somaram R$ 13,65 bilhões no segundo trimestre de 2012, um avanço de 7,4% ante o valor registrado no fim de junho de 2011.

Os valores são muito mais altos do que o registrado em 2008, no auge da crise, quando os estoques somavam R$ 5,17 bilhões. Naquela época, o valor representava 18,4% do ativo circulante. Neste ano, a relação subiu para 21,6%.

Na lista das empresas com estoques acumulados estão a varejista Renner, Magazine Luiza, Lojas Marisa, Magazine Luiza, Restoque (Le Lis Blanc), BRF Foods e JBS. Entre os guardados há desde produtos prontos para a revenda até matéria-prima.

Os números não são nada animadores para as empresas. Os estoques da Magazine Luiza cresceram 23% na mesma base de comparação, para R$ 1,13 bilhão e a Lojas Marisa teve expansão de 10%, para R$ 366,4 milhões. A Restoque (Les Lis Blanc) apresentou um crescimento de 141% em seus estoques para R$ 164,5 milhões. Na Alpargatas, o aumento foi de 50%, para R$ 479 milhões.

A varejista Renner registrou uma alta de 35% em seus estoques em junho, para R$ 480,2 milhões. Na divulgação dos resultados semestrais, Adalberto Santos, diretor financeiro e de relação com investidor da Renner, explicou que o aumento ocorreu em consequência do inverno ameno que resultou na antecipação da coleção primavera-verão da companhia.

Gabriel Ribeiro, analista da Um Investimento, explica que as empresas em geral apostaram em vendas maiores do que realmente aconteceu, e, no caso da maioria das companhias de varejo, precisaram se desfazer dos estoques realizando promoções.

"As empresas investiram forte pensando no alto retorno e acabaram com estoque ainda maior, mas já começamos a ver muitas promoções para se livrar do excedente."

O Grupo Pão de Açúcar segue em direção contrária dos outras empresas. Segundo Enéas Pestana, presidente do grupo, a crise de confiança dos consumidores é um dos fatores que explicam a desaceleração no consumo em alguns segmentos. "Julho foi um bom mês, agosto deve vir melhor e setembro deve ser melhor ainda", disse. Ele afirmou que o mês de julho ficou com as vendas dentro da meta esperada.

"Os estoques que existiam foram sendo reduzidos ao longo dos últimos meses e devemos partir para uma compra maior para o segundo semestre", disse, durante evento do setor realizado no último dia 17.

 

Veículo: Valor Econômico


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