A Kraft Foods, responsável por operações de mercearia e bebidas da ex- Kraft Inc., registrou lucro líquido de US$ 470 milhões no terceiro trimestre, com alta de 12,7% sobre os US$ 417 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia cresceu 3%, para US$ 4,6 bilhões. As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram bem mais, 18,8%, e totalizaram US$ 782 milhões.
Embora tenha mantido as projeções para 2013, Kraft disse que a receita no quarto trimestre deverá empatar ou ficar abaixo, enquanto corta produtos menos lucrativos e continua contabilizando custos da reestruturação.
Os resultados anunciados ontem são os primeiros desde que a Kraft Foods dividiu a empresa, criando a Mondelez em agosto de 2011. A Mondelez detém as marcas Oreo, Cadbury e Nabisco e é esperado que cresça mais rapidamente do que a Kraft.
O CEO da Kraft, Tony Vernon, disse ontem que a empresa sente-se como uma "startup", com executivos "limpando" a linha de produção, retirando produtos menos rentáveis e revitalizando marcas. Nos próximos meses, disse ele, a marca de gelatinas Jell-O será redescoberta pelos consumidores, com novidades na embalagem e no seu marketing. Ele também observou que a empresa enfrenta uma competição forte do mercado de iogurte, que tem mostrado um crescimento "explosivo" nos últimos anos.
A maior parte das vendas da Kraft Foods é realizada nos Estados Unidos, com marcas como a do cream cheese Philadelphia e as massas The Cheesiest.
O spin-off da Kraft, que criou a Mondelez, foi concluído em outubro. Os custos do programa de reestruturação foram de US$ 54 milhões, impactando de forma negativa o crescimento da receita operacional.
A nova estrutura de negócios contempla o grupo Kraft Foods, divisão de mercearia da América do Norte (bebidas, queijos e refeições prontas), com marcas importantes, como o queijo Filadélfia, mas de baixo crescimento. E a Mondelez é responsável por chocolates Cadbury, as pastilhas Trident, os biscoitos Nabisco e bolachas Oreo, além de balas e chicletes. Com a descentralização de negócios, as tomadas de decisões tendem a ser mais rápidas, tornando as empresas mais competitivas.
Veículo: Valor Econômico