O representante do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e candidato ao cargo de diretor-geral da entidade, o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, defendeu ontem a retomada das negociações com os Estados Unidos para resolver o impasse envolvendo os subsídios do algodão. Azevêdo disse que o Brasil recebe mensalmente os repasses norte-americanos, de acordo com o memorando de entendimento agrícola entre os dois países.
Azevêdo disse que na próxima semana o diplomata Paulo Estivallet, da área de comércio do Ministério das Relações Exteriores, conversará com os norte-americanos sobre o tema. O embaixador mostrou otimismo sobre possíveis avanços.
"Não vejo [possibilidade] de encerrar as negociações; enquanto houver engajamento, se poderá avançar", ressaltou o embaixador. "Houve um momento em que essas conversas ficaram paradas. No fim do ano, as conversas se aceleraram. A minha impressão é de que não há indicação de encerramento."
Azevêdo, entretanto, destacou que uma prorrogação indefinida da cobrança de subsídios é considerada inaceitável. Pelo memorando de entendimento, os Estados Unidos pagam um doze avos avos anuais de um total de US$ 147,3 milhões ao Brasil, que reinveste parte do dinheiro em projetos de algodão na África.
Está em discussão nos Estados Unidos a formulação de uma nova lei agrícola, conduzida pelo Congresso. Os parlamentares analisam a proposta considerando que a há uma decisão, de 2009, da OMC que autoriza a retaliação do Brasil aos Estados Unidos.
Em 2009, a OMC julgou que as retaliações no valor de US$ 829 milhões podem atingir não só produtos agrícolas, mas também bens de outros setores.
Veículo: DCI