Grupo Nova América vira alvo de disputa

Leia em 2min 40s

O grupo Nova América, líder em vendas de açúcar no varejo com a marca União, deverá definir até o início de 2009 seu novo sócio. Uma das maiores companhias de açúcar e álcool do país, a Nova América recebeu cinco propostas efetivas de parceria. Outras duas correm por fora e devem ser feitas até este fim-de-semana.

 

O Valor apurou que cinco grandes grupos estão cobiçando uma fatia gorda, de preferência majoritária, na companhia. Cosan, ETH, da Odebrecht, Bunge, Cargill e Brascan já teriam entregue envelopes com a oferta. A americana ADM e o francês Louis Dreyfus também estariam no páreo. As propostas da ETH, Cosan e Bunge são por participações majoritárias. O banco Itaú BBA foi destacado como a instituição financeira mandatária para coordenar a venda de participação do grupo sucroalcooleiro paulista. 

 

Melquíades Terciotti, diretor da Nova América, confirmou que o grupo recebeu cinco propostas e aguarda outras duas. O executivo não confirmou o nome das empresas envolvidas. Segundo ele, o grupo espera por dois tipos de propostas. Em uma delas, os futuros sócios poderão ter participação minoritária no conjunto de usinas da companhia. Em outra, o futuro sócio poderá ser majoritário em algumas usinas do grupo. O grupo não descarta se manter minoritário. 

 

Procurados pelo Valor, os grupos Cosan e ETH confirmaram interesse, mas não detalharam propostas. A Louis Dreyfus Commodities informou que "estuda oportunidades para expandir seus negócios no setor", segundo Bruno Melcher, diretor de açúcar do grupo. ADM e Cargill não comentaram as informações. A Brascan negou interesse na Nova América. A Bunge não retornou as ligações. 

 

Fontes do setor observam que o grupo Nova América pode encontrar uma terceira via. "Eles poderão desistir de fazer parceira, caso o BNDES libere recursos para expansão de projetos do grupo. Eles têm propriedades agrícolas como garantia. Só precisam fechar acordo entre os irmãos", disse uma fonte. 

 

Controlado pela família Rezende Barbosa, a Nova América, com faturamento de R$ 1,5 bilhão, tem sido cobiçado por grandes companhias do setor, interessadas em aumentar seu portfólio de usinas e também abocanhar a liderança no varejo em açúcar. A entrada desse futuro parceiro na Nova América dará maior robustez ao grupo, que neste semestre teve que liquidar uma dívida de cerca de R$ 300 milhões, referente à emissão de debêntures em julho do ano passado e que venceria originalmente em 2013. 

 

De um ritmo de expansão acelerado nos últimos meses, o grupo, com três usinas em operação em São Paulo, teve que puxar o freio nos seus projetos, como reflexo dos baixos preços internacionais do açúcar durante a safra 2007/08 e também por conta da turbulência global financeira. 

 

Em julho deste ano, o grupo anunciou o interesse de compra na usina Pau D'Alho, em Ibirarema (SP). No entanto, a aquisição não foi levada adiante. Dos dois projetos "greenfield" (construção) anunciados pelo grupo no Mato Grosso do Sul, somente o de Caarapó será levado adiante. A nova usina está programada para entrar em operação em 2009. O outro em Naviraí, que ainda não saiu do papel, será postergado. 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Cebola lidera alta de preços e cenoura tem queda nas feiras livres

A cebola, com alta de (10,95%), foi o produto que registrou a maior alta de preço nas feiras livres. É o q...

Veja mais
Ceasa comercializa 2,3 mil toneladas de alface em 12 meses

A variedade lisa é a mais consumida, seguida da crespa e da crespinha   O setor de hortigranjeiros da Cent...

Veja mais
Novos híbridos de hortaliças chegam ao mercado este ano

Tomate italiano rosana tem menor acidez e maior concentração de licopenos   Novos híbridos d...

Veja mais
Casmil: 28 respondem por adulteração de leite

A Justiça Federal de Passos indiciou, nesta terça-feira (16), que 28 pessoas por envolvimento em adultera&...

Veja mais
Clima anula tendência de queda do feijão

A variação climática que tomou conta da região Sul deverá provocar uma quebra estimad...

Veja mais
Crise quebra seqüência de alta do varejo e vendas caem 0,3%

Depois de sete meses consecutivos de alta nas vendas do comércio, outubro apresentou queda de 0,3% em seu volume ...

Veja mais
Preço no atacado recua e IGP-10 sobe 0,03% em dezembro

A valorização do dólar frente ao real ainda não afetou os preços de produtos industri...

Veja mais
Produtos ficam mais baratos na internet

O índice e-flation registrou deflação a deflação de 0,31% em dezembro. O indicador, q...

Veja mais
ALL vê chance de crescer no próximo ano

Na sexta-feira, 600 funcionários da área administrativa da ALL fizeram em Curitiba a festa de encerramento...

Veja mais