Clima anula tendência de queda do feijão

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A variação climática que tomou conta da região Sul deverá provocar uma quebra estimada em 25% na primeira safra do feijão no País, o equivalente a 372 mil toneladas. Com isso, a queda dos preços nos últimos meses foi interrompida há duas semanas e já ensaia um movimento de alta, que vai depender da extensão das perdas. Até agora, o valor da saca da variedade carioca - o mais consumido no sudeste - subiu 36% em relação a novembro para R$ 120, segundo a Safras & Mercado. A região Sul é responsável por mais da metade da produção na primeira safra do grão e também está entre as maiores consumidoras do produto.

 

No mesmo período do ano passado, o atraso de um mês na entrada da safra paranaense e a produção menor provocaram picos históricos de R$ 320 na saca de 60 quilos negociada na Bolsinha do Feijão (SP), principal canal de negociação no País. A melhor remuneração estimulou o plantio e derrubou os preços ao logo do ano. Mas as notícias de quebra na primeira safra estancou a desvalorização. Segundo a Safras & Mercado, a saca do carioca era negociada em R$ 88 em novembro. Neste mês, o valor subiu para R$ 120 a saca com uma cotação média de R$ 101. Em 2007, a média do tipo carioca em dezembro foi de R$ 230. "Por enquanto o clima no mercado ainda está tranqüilo. As notícias do que realmente vai diminuir devem chegar só em janeiro", avalia Rafael Pentiado Poerschke, analista da consultoria.

 

Conforme a consultoria, antes dos problemas climáticos, a produção no Sul do País seria de 802 mil toneladas (54% do total), para uma área de 530 mil hectares (37% do total). A consultoria estimava ainda que a colheita total atingiria 1,49 milhão de toneladas em uma área de 1,43 mil hectares. No Paraná, as lavouras passaram por um longo período de estiagem e na seqüência por excesso de chuva. O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR) da Secretaria de Abastecimento (Seab) confirma que houveram perdas nas lavouras. No entanto, os números oficiais estão em fase de apuração. Situação semelhante também ocorreu no Rio Grande do Sul.

 

Segundo o analista, a quebra pode favorecer as cotações do feijão preto. "Como ele é plantado na primeira e segunda safra, pode haver maior necessidade de importação e quem tiver o produto pode lucrar mais". A saca desse tipo é negociada atualmente por R$ 128.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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