As vendas do comércio no país caíram 0,3% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a primeira queda depois de sete meses em expansão, sendo que outubro foi o primeiro mês cheio desde o agravamento da crise de crédito nos Estados Unidos, em meados de setembro. Em relação a outubro de 2007, houve alta de 10,1%.
No acumulado de 2008, o comércio tem crescimento de 10,4% na comparação com o mesmo período um ano antes. Nos últimos 12 meses até outubro, as vendas subiram 10,3%.
Ao mesmo tempo, a receita nominal de vendas no comércio avançou 0,1% em outubro na comparação com setembro. Em relação a outubro de 2007, a receita teve expansão de 16,7%, com destaque para o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. A alta de 7,4% nas vendas desse segmento recuperou o fraco resultado notado em setembro (1,3%). Foi a maior contribuição sobre o índice, influindo em 35,7% do total.
Para o IBGE, essa recuperação reflete a queda do preço dos alimentos, que vem estimulando o crescimento da demanda.
Ainda na relação com igual período em 2007, apresentaram elevação equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (44,1%), móveis e eletrodomésticos (15,8%) e livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (19,8%).
No comércio varejista ampliado, o destaque negativo ficou por conta da brusca queda de veículos e motos, partes e peças, que na passagem de setembro para outubro, foram 19% menores. Em relação a outubro de 2007, a redução foi de 7,3%. No ano, porém, o segmento acumula alta de 17,4%.
As vendas de material de construção também variaram para baixo (-1,9% de setembro para outubro), o que fez com que as vendas do comércio varejista ampliado caíssem 8% em relação ao mês anterior. A avaliação destes setores, no entanto, só levam em conta as vendas no atacado, e não englobam o total de vendas.
O índice de confiança dos consumidores paulistanos caiu 4,2%, para 127 pontos neste mês de dezembro, em relação a novembro, revelou a Federação do Comércio do estado de São Paulo. No confronto com dezembro do ano passado, a baixa chegou a 9,4%. Foi a terceira queda consecutiva do sentimento de confiança dos paulistanos. Embora 127 pontos ainda represente otimismo, a entidade destaca que esse foi o menor nível de confiança registrado neste ano.
Veículo: Valor Econômico