Saída da Orygen não altera planos da Cristália

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Oficialmente, o laboratório Cristália ainda faz parte do grupo de farmacêuticas que se uniu para criar a Orygen, uma das superfarmacêuticas patrocinadas pelo governo federal para produzir medicamentos biológicos. Mas sua saída já foi acertada com os outros dois sócios, a Eurofarma e a Libbs, e "de forma amigável", garante o presidente da empresa, Ogari Pacheco.

"Não chegamos a um acordo sobre a precificação, sobre questões administrativas. Mas não houve um rompimento com os sócios, como se chegou a noticiar. Tanto que continuamos sócios da Eurofarma na [farmacêutica] Supera, por exemplo", afirmou Pacheco.

Segundo o executivo, a Cristália é dona da tecnologia que seria utilizada pela Orygen. Agora, os ex-socios terão de buscar um novo parceiro tecnológico. Perguntado se o governo não criaria restrições à entrada de um laboratório internacional como fornecedor, Pacheco disse que "se houver transferência efetiva da tecnologia, não deve haver problemas".

Pacheco elogiou a iniciativa do governo federal de tentar criar dois grandes laboratórios para atuar em biotecnologia, mas afirmou que, na prática, a união de tantas empresas é muito difícil. "Unir quatro presidente, líderes, com ideias diferentes para conduzir um projeto assim é tarefa muito difícil. Foi uma ideia idílica."

Além da Orygen, o governo federal também apoiou a formação da Bionovis, uma sociedade entre os laboratórios Aché, União Química, EMS e Hypermarcas. A saída do Cristália é a segunda baixa na Orygen. No fim do ano passado, a farmacêutica Libbs já tinha deixado a empresa. Agora Eurofarma e Biolab devem tocar o projeto sozinhas. A ideia original do governo era unir os oito laboratório em uma única companhia, mas isso se mostrou impossível logo no início do projeto.

Pacheco disse que o Cristália vai manter os investimentos que já vinha fazendo em biotecnologia. Ele inaugurou uma fábrica no mês passado, em Itapira (SP), e está construindo uma segunda unidade no mesmo terreno. "Até o momento, investimos cerca de R$ 120 milhões nas duas unidades. Não vamos parar nosso trabalho", garantiu.

Para o presidente da Cristália, a concorrência de quatro grupos atuando em biotecnologia - Cristália, Orygen, Biolab e Libbs - será positivo para o mercado e para o país. Se o governo queria impulsionar a pesquisa e produção com as duas superfarmacêuticas, agora terá quatro grupos prometendo investir no segmento.



Veículo: Valor Econômico


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