Alta volatilidade dos grãos preocupa FAO

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O aumento da volatilidade das cotações do milho este ano poderá ter impacto sobre a produção das carnes e elevar preços no curto e médio prazos, conforme a FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação. Em apresentação no Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), a FAO também realçou o crescimento da volatilidade da soja e uma maior estabilidade no mercado do trigo.

No milho, a volatilidade caiu no fim de agosto, com as boas perspectivas de rendimento das colheitas no Hemisfério Norte. Mas, de qualquer forma, a FAO observou que os intervalos das oscilações dos contratos futuros negociados na bolsa de Chicago cresceram tanto para milho como soja. Para o órgão, como os consumidores em países em desenvolvimento gastam uma parte significativa de sua renda em alimentação básica, as faixas mais pobres da população poderão consumir alimentos menos nutritivos em caso de alta de preços.

Em todo caso, a agência da ONU manteve sua projeção de que a fatura global da importação de alimentos ficará em US$ 1,09 trilhão este ano, mesmo patamar de 2012 e 13% menos que o recorde de 2011. Em termos absolutos, a maior redução, de US$ 15 bilhões, poderá ocorrer nas importações de óleos vegetais e gorduras animais. Já o custo das importações de açucar deverá cair de US$ 47 bilhões, em 2012, para US$ 38,7 bilhões, e cereais e oleaginosas tende a custar US$ 1 bilhão a menos. O custo das importações globais de produtos lácteos, em contrapartida, deverá aumentar US$ 10,4 bilhões, e no caso das carnes a FAO prevê um incremento de US$ 118,8 bilhões para US$ 128,8 bilhoes em 2013.

Quanto à oferta global, a FAO manteve sua projeção de crescimento de 7,5% na produção de trigo nesta safra 2013/14, e previu que o comércio do cereal deverá crescer 8%. A produção mundial de milho poderá crescer 12% com as melhores perspectivas na União Europeia e na Ucrânia. O comércio do cereal poderá crescer ligeiramente se houver uma queda de preços que estimule a importação, e os estoques finais deverão crescer 30%. A produção global de soja poderá crescer 7%, com avanços em Brasil, Argentina, EUA e Índia. Comércio e estoques do grão tendem a aumentar 7% e 24%, respectivamente.

Por sua vez, o aporte de ajuda alimentar internacional alcançou em 2012 seu menor nível desde 1990, apesar do incremento dos volumes para 41 milhões de toneladas, segundo dados do Programa Alimentar Mundial. Segurança alimentar continua a ser uma preocupação, enquanto o mundo se recupera da crise de 2007-2008 e novas iniciativas internacionais continuam a ser criadas, incluindo o "Desafio Fome Zero", adotado por um comitê das Nações Unidas.




Veículo: Valor Econômico


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