A Alpargatas está ampliando a capacidade de produção da sandálias Havaianas em 40%, com a entrada em operação de sua segunda fábrica. E em 2014 vai abrir o leque da marca de chinelos de borracha. O projeto de vender "alpargatas, tênis, acessórios e vestuário", informou a empresa ao Valor, vai para as ruas no segundo semestre do próximo ano, quando o varejo vai receber os novos produtos.
A nova fábrica das sandálias fica em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, e tem capacidade para produzir 102 milhões de pares por ano - 40% a mais do que a capacidade atual. O diretor- presidente da companhia, Marcio Utsch, disse que está aumentando a produção própria. E voltou a afirmar que considera a possibilidade de novas aquisições. No radar estão marcas nacionais e estrangeiras. No início deste ano, a empresa concretizou a compra da grife Osklen.
A produção atual de Havaianas, entre 240 a 250 milhões, sai da fábrica de Campina Grande (PB). Segundo Utsch, a linha de fabricação na Paraíba estava no limite quando a empresa decidiu pela nova unidade. "A gente só não estava atendendo mais à demanda porque não tinha mais produção".
O executivo disse que a expectativa é que os consumidores absorvam "muito rapidamente" a oferta adicional de Havaianas. Embora a marca tenha abandonado há anos o status de produto barato para consumidores de baixa renda, uma fatia importante das vendas ainda é feita para famílias de menor poder aquisitivo. E as vendas para esse público são afetadas diretamente por uma melhor distribuição de renda, disse Utsch.
A nova fábrica consumiu R$ 279 milhões de investimentos e vai gerar 2.500 empregos diretos e 3.000 indiretos. A nova unidade será muito mais automatizada e terá equipamentos mais sofisticados do que a primeira. Em média, um par de Havaianas vai demorar seis horas para ficar pronto em Minas. Na Paraíba, o processo é ainda mais demorado: leva 10 horas.
Uma opção que foi considerada pela Alpargatas foi a construção de uma planta na China. Mas pesou na decisão por Minas, o fato de que, é "extremamente importante" para os clientes, segundo ele, "ter o 'made in Brazil' estampado no solado de nossas sandálias".
Quanto a planos de novas aquisições, Utsch disse: "Temos analisado a possibilidade de aquisições de marcas nacionais e internacionais." Em novembro do ano passado, em palestra a analistas e investidores em São Paulo, ele havia dito que a empresa estava pesquisando oportunidades de aquisição na Europa de marcas de calçados e de vestuário de alto padrão.
No ano passado, a Alpargatas fechou a compra da grife de moda Osklen. A operação foi concretizada em março deste ano. "Estamos o tempo todo olhando para isso [oportunidades de aquisições]", disse Utsch, que não deu mais pistas sobre o que está sendo analisado atualmente. "Se vamos fechar uma operação este ano ou não, não posso falar".
Dona de marcas de calçados como Havaianas, Dupé, Topper e Rainha, além da grife de roupas Osklen -- e detentora das licenças da Mizuno e da Timberland --, a Alpargatas aumentou a receita líquida em 14,3%, indo a R$ 831,1 milhões, no segundo trimestre deste ano. No ano passado, a receita líquida somou R$ 3,1 bilhões.
Veículo: Valor Econômico